terça-feira, 31 de julho de 2018

Entre o caminho e o fim


Sentado na poltrona numa sala de espera com ar condicionado e tendo ainda ao dispor água, café e pão de queijo, aguardava o atendente me liberar. Minutos antes eu havia chegado nessa loja especializada em pneus automotivos e serviços em geral com um veículo para devidos reparos num dos pneus. De tiracolo carreguei um dos diversos livros em processo de leitura. Hoje foi a vez de "Origem" do famoso autor Dan Brown. 

Entre uma página e outra, servia-me das regalias disponíveis, poltrona confortável, ambiente fresquinho, uma boa leitura, cafezinho e pão de queijo. Como a impaciência me acompanha quando é necessário uma determinada espera, várias vezes levantei-me e fui até o saguão onde o veículo se encontrava. O jeito era avançar com a leitura uma vez que ainda não estava pronto.

Água e café eu já sabia que eram disponíveis aos clientes, mas o pão de queijo só me dei conta quando vi uma moça comendo satisfatoriamente. Realmente estava gostoso. 

Passaram-se mais alguns minutos do tempo e umas folhas da "Origem" quando notei dois meninos que aparentavam 10 e 14 anos no máximo adentrarem aquela sala. O mais velho ofereceu verduras que estaria vendendo. Eu apenas agradeci e talvez tenha sido o único a responder. Foram direto para o bebedouro e novamente o mais velho pediu permissão para tomar um pouco daquela água. Não ouvi resposta da atendente, mas acredito que ela tenha consentido apenas com um gesto. O mais novo aproveitou e se serviu de um cafezinho. 

O que mais me chamou a atenção foi quando percebi que ambos estavam com fome. Não demoraram muito ali mas o suficiente para comer o máximo de pão de queijo possível. O mais novo, sem pestanejar colocou alguns no bolso de sua calça. Quando ele se virou para sair fingi que nada vi para não constrangê-lo. 

São vários pontos para se pensar. Ninguém está nem aí para o que o outro está passando. Somos uma sociedade hipócrita. Pelo jeito os meninos são frequentadores dessa loja, ou melhor, do que ela oferece aos seus clientes. A desculpa da água sempre cola e talvez os funcionários e a gerente façam vistas grossas como uma forma de ajudá-los a saciar sua sede e fome. Crianças que trabalham no tempo em que deveriam estar na escola. Muitos julgam que quem não se esforça não consegue vencer na vida. Como vencer a fome e a miséria do dia a dia? 

Não vi tristeza em seus olhares. Entraram conversando e assim saíram, sem algazarra. Pareciam irmãos, tamanha sua intimidade e cumplicidade nos tratos um com o outro. Cenas assim me fazem repensar não apenas na importância de viver bem e com intensidade mas, principalmente, em não desperdiçar o tempo com coisas medíocres. Não acredito que estejamos aqui de passagem, existe um objetivo maior, mas nunca entenderemos o sentido da vida se não nos lançarmos nessa travessia. A felicidade não é um fim, ela é o próprio caminho.

sábado, 28 de julho de 2018

Tempo e Sonho: limite e infinito



O tempo é o limite, o limite para uma vida
E viver é algo raro no sertão desse mundão
Há quem viva pelas regras
Há quem viva nas trincheiras
Há quem pensa que vive
Há quem não queira mais esse viver
Há quem deixou de viver sem ter morrido

O sonho é o infinito, e talvez a possibilidade única
A prisioneira razão que almeja sua incondicional liberdade
Há quem não ouse nem sonhar o impossível
E sonhar já é caminho escolhido rumo ao destino
Ser refém do medo ou das regras impostas
É entregar-se numa bandeja e assumir não viver
Viver é ousar, arriscar, lutar, cair e levantar
Esperar é padecer... e pecado é não viver!

O interessante mesmo é lembrar-se do que viveu
E não se amargurar pelo que poderia ter vivido.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Cenas de uma longa travessia


Era o ano de 2000. Recém chegados na capital paulista, na carroceria de um caminhão que também transportava as nossas mudanças, eu e mais dois amigos vislumbrávamos o futuro para nós e nossas famílias. Jovens e cheios de sonho, carregávamos conosco a essência do interior, amizade, simplicidade e esperança. Desconhecíamos e muito a malícia necessária para a sobrevivência naquela selva de pedras.


Três meses se passaram e aquele sonho já havia ficado distante e difícil, especialmente para mim. Na partida do interior havia uma perspectiva certeira, um rumo definido que poderia ser o primeiro passo de uma longa e esperada jornada. Porém, surge o inesperado, a vaga para a qual seria contratado não aconteceu. O receio de que algo não desse certo então tornou-se um medo real. Foram dois dias nesse suposto emprego e três meses em busca de uma nova oportunidade. Estava ali por mim mesmo. Não dava e não queria regressar para o interior. 

Num determinado dia, retornando para casa após passar horas no grande centro paulista em busca de vagas de emprego, passando por processos seletivos variados e abordagens difíceis por parte dos entrevistadores, caminhei do ponto de ônibus até chegar numa rua deserta que dava acesso à rua de casa. Era uma noite não muito fria. Olhei para o alto e de repente estava em lágrimas. Lágrimas de desespero. Já havia tentado passar por incontáveis barreiras que antecediam uma simples vaga de emprego e que pareciam aumentar de tamanho e dificuldade à medida em que os dias também passavam.

Essa noite ficou bem marcada na memória. Caminhei devagar, sem perspectiva, e recostei minha cabeça num poste. Ninguém passava por aquela rua naquele momento. Cheguei a conversar com Deus e questionei-o sobre o porquê de tudo aquilo. Se Ele havia me dado oportunidade e me carregado de esperança, então por que todo aquele sofrimento, aquela angústia por não saber o que esperar do futuro e nem daquele momento. Foi um tempo difícil e retornar pra minha cidade natal não era uma opção. 

Enxuguei as lágrimas e prossegui com a caminhada para casa. Comigo, uma mistura de muitos sentimentos, raiva, impotência e um resto de esperança prestes a perder-se na impaciência e na necessidade de sobreviver. O sonho do futuro já era algo inatingível. A questão maior seria como permanecer e vencer tais dificuldades.

Uma semana depois eu já estava me organizando para trabalhar. Mas essa é uma outra cena para outro momento. Talvez, até já tenha mencionado em algum escrito lá atrás. Por hora, por hoje, me pus a refletir sobre essa travessia que me trouxe até aqui. Não foi fácil, nada vem fácil, mas com certeza tudo vale a pena, as lágrimas, os tombos, as perdas e até as decepções. Isso apenas nos torna mais humanos e nos ensina a valorizar que a travessia está para todos e no fundo, o objetivo real é saber caminhar bem e apreciar tudo que se encontra à beira do caminho.

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Cenas do cotidiano


Cena 1: Adentrei ao supermercado como sempre para comprar aqueles pãezinhos feitos na hora. Fila pequena, apenas um senhor na minha frente. Num espaço pequeno em que duas pessoas por vez podem escolher seus pães, ele iniciou um assunto que aos poucos me fez atentar. "Um dia meu pai tirou um dente meu no tapa. Ele me chamou e ao invés de responder 'sim senhor' apenas falei 'oi papai'. Eu tinha 5 anos de idade e quando cheguei perto dele levei um tapa na boca que meu dente voou longe. Tudo porque não respondi 'sim senhor'. Nunca me esqueci dessa lição..." disse o senhor. Peguei meu pacote de pães, passei pela fila do caixa e fui para casa, pensando...

Cena 2: Parei de moto aguardando o semáforo liberar para eu prosseguir rumo ao meu destino e enquanto isso observei, no canteiro central da avenida que atravessaria, um rapaz que faz malabarismos em troca de alguns trocados brincando com um filhotinho de cachorro sobre a grama. Cachorrinho bem cuidado, de coleira, pacote de ração do lado e muita atenção de seu dono. Uma verdadeira distração aos motoristas que param para aguardar sua vez de prosseguir. Abriu o sinal, minha vez de acelerar e seguir adiante, pensando...

Cena 3: Fui até um posto de combustível para calibrar os pneus da moto. Enquanto o fazia vi ao fundo um funcionário sentado ao chão do local onde realizam troca de óleo, almoçando de marmita na mão. Concentrado em sua refeição que não arredava os olhos para lugar algum. Parecia pensativo sobre a vida durante o tempo que saciava sua fome. Mais uma vez parti, pensando...

Cena 4: Homens da prefeitura recolhendo pertences de pessoas que dorme sobre papelões nos canteiros das avenidas. Homens em bando, de crachás e luvas nas mãos, óculos escuros e pouca conversa, cumpriam ordens e obrigações. Sua tarefa? Retirar tudo aquilo que polui o ambiente visual da cidade. Eu? Sigo juntando as peças de cada cena, pensando... 

Pensando sobre tempos severos de pessoas que sobreviveram à rigidez e brutalidade da educação de antigamente. Pensando sobre o amor daqueles que nada tem podem dar a outros seres muitas vezes abandonados por seus antigos donos. Pensando no sacrifício daquele que se sujeita a muita coisa para dar o melhor aos seus. Pensando que somos escravos e senhores, vítimas e culpados, cegos, inocentes e coniventes com todo tipo de sistema opressor que paira sobre nossas vidas... Apenas, pensando...

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Fé sem fronteiras


Cheguei ao ponto em que considero a religião como um caminho sem fim e isso pode soar agressivamente de forma negativa para algumas pessoas mas, após análise mais aprofundada, pode-se considerar a expressão como positiva, também.

Ao desmistificar algumas situações que foram impostas a partir de uma educação familiar e, posteriormente, social e cultural, numa tentativa de alicerçar para uma fé cristã, o que de fato ocorre é praticamente uma ditadura educacional que contribui, em grande escala, para uma alienação sem precedentes.

Fui forjado no meio católico e, neste, tive a oportunidade de conhecer vários seguimentos, inúmeras teologias, incontáveis ações pastorais e milhares de movimentos de massa. Raros, porém, são as pessoas que optam e operam numa linha de menor expressão midiática. Sendo assim, movimentos de massa tem uma larga vantagem no quesito "atrair adeptos".

Adentrando num terreno mais complicado, acredito e assim compreendo facilmente que Jesus de Nazaré em nenhum momento deixou explícito, tampouco implícito, ao mundo em geral, durante e pós sua época, para que as pessoas seguissem o judaísmo que, não por acaso, era a religião que predominava naquela região e naquele tempo.

Jesus era judeu e seguia o judaísmo, entretanto, não hesitou em apontar as hipocrisias religiosas, os exageros da lei, a corrupção política, esta que andava de conluio com a religião. Em suma, lutou contra a instituição corrompida por detrás dos panos da religião protegida pela política e vice-versa.

Sendo assim, se fosse pra ser radical no sentido de seguir a Jesus, o correto seríamos optar pelo Judaísmo, porém, se o revolucionário homem de Nazaré criticou as atitudes miseráveis e deploráveis dos poderosos religiosos, então significa que tal religião também não era perfeita e continua não sendo, assim como todas as outras, até os dias de hoje.

Acredito mais além, que Jesus tentou implantar sim uma outra religião, totalmente desvinculada da religião institucional. Óbvio que não abandonou o Judaísmo, mas lutou para libertar as pessoas de todas as amarras impostas pela religião e pela política. Sua religião não precisava de templos, apenas baseava-se na doutrina do amor.

Amor, não apenas como sentimento, mas num contexto mais amplo que abrange respeito, justiça, lealdade, honestidade, caráter, integridade, idoneidade, esperança e fé, no mínimo. Se Deus é amor, as religiões de outrora e principalmente de agora estão no templo errado.

Não carrego mais o fardo imposto de uma religião à qual fui educado, e de certa forma, ainda vejo muita gente impondo obrigações surreais através de leis geradas antes mesmo da idade média e tudo isso em nome de uma fé cega. Se sou cristão? Sim. Se ainda me considero Católico? Sim. Se sigo cegamente tudo o que alguns "doutrinadores vendilhões" dizem, berram e postam por aí, baseado no que chamam de santa doutrina? Jamais!

Se seguir a Jesus Cristo é ser cristão, então eu sou. Mas sou no sentido de buscar cada vez mais a compreensão de suas palavras e atitudes que remetem sempre ao sentido mais amplo da palavra "amor". O catolicismo é antigo, mas não tanto quanto o judaísmo, e posso considerá-lo uma mistura de simples e complexo, arcaico e progressista, antigo e novo, aberto e fechado no quesito de acompanhar a evolução humana ou se fechar nas leis de um passado distante. Há quem viva, mata ou morre, em nome das santas normas institucionais, apenas. Não é o meu caso.

O catolicismo em si, por sua complexidade e amplitude, consegue abarcar várias correntes de pensamentos e interpretações. Aos poucos, cada um vai se moldando conforme e de acordo com suas convicções e ideais. Esquerda, centro ou direita, tradicionais, conservadores ou libertários e assim por diante. Vários caminhos, várias opções que, numa forma mais simples de pensar, levariam ao mesmo lugar. Sim. Pode até ser. Só muda o que cada uma dessas vertentes é capaz de realizar por sua fé e em nome de Deus.

Isso está muito longe de ser uma revolta. Considero e posso justificar de outra forma: desconstruir-se; desapegar-se; ampliar os horizontes; reconstruir-se sem amarras, sem mordaças, sem preconceitos, sem alienação. Há sim uma indignação e é muito mais por conta de atitudes unilaterais e radicais repletas de preconceito e julgamentos descabidos e excludentes, movido por um fanatismo que cega.

Não é intenção causar embaraço e nem incentivar para que as pessoas deixem suas religiões, pois cada um vive sua fé e sua religião como bem entende. Ao contrário, creio que serve, no mínimo, para que tomemos coragem de buscar conhecer o terreno religioso que pisamos, suas regras, suas missões e principalmente suas intenções.

Papa Francisco é um seguidor nato dos ensinamentos de Jesus de Nazaré. Luta contra a instituição por detrás da religião. Sua forma de levar o evangelho, viver sua fé e ainda hastear sua bandeira católica não o faz extremista, nem imprudente, tampouco ousa dizer que somente dentro da igreja haverá salvação. Ele merece o respeito devido!

Do mais, para mim está mais claro enxergar a essência por trás da aparência e assim procuro distinguir através das intenções explícitas na instituição e em seus porta-vozes. Se a religião não proporciona uma libertação e assim contribui para a vida plena do ser humano em si mas cria regras e por consequentemente um aprisionamento através de uma alienação velada, nesse caso, não cumpre seu papel original. Deus não é religião. Jesus não é religião.

domingo, 8 de julho de 2018

Ecos do Poeta


"E assim será..." querido poeta Nico: saudade, vazio e esperança. Esse é o legado e também o drama de quem permanece nessa peregrinação após uma partida e você bem que sabia disso.

Num de seus poemas, típico do artista que descobriu e viveu o seu papel neste mundo com excelência, doando-se em corpo e alma, mostrou sua clareza quanto ao fato de que um dia precisaria partir... Começa então sua "imigração para o além ou pra lá do além".

Meu caro, ouso dizer que você errou apenas num detalhe, o corpo encontrará o seu descanso mas sua alma de poeta é imortal e portanto seus ecos não cessarão, ao contrário, permanecerão no pensamento, na vida e no coração de todos e todas que um dia tiveram a honra de cruzar o seu caminho e, serão repetidos por outros tantos ecos.

Eu, particularmente, tive o privilégio de tê-lo conhecido e também orgulhar-me com sua apresentação do meu trabalho aos conterrâneos de nossa cidade. Foram palavras ecoadas do fundo de sua alma, tal qual a de um verdadeiro mestre. Obrigado!

Vai em Paz, caro Luiz de Almeida "Nico", bem certo de que o poeta é imortal pois sua obra ecoa por toda a eternidade. 


quinta-feira, 5 de julho de 2018

Reflexos do tempo



De repente, parei no agora, e são tantos repentes que a vida encarou, saudades, vaidades, oportunidades, felicidades, que o agora foi parte do sonho num tal de antigamente.

As respostas que eu buscava incessantemente, que se tornaram um verdadeiro alvo no infinito, se dissiparam ao me deparar com a incerteza ou, talvez, a inexistência das questões.

Muitas dúvidas sucumbiram no tempo, no meu tempo. Elas deram espaço para a vida que, sendo vivida em cada dia deste tempo, me propiciou encontrar alvos mais concretos.

O mundo?! O mundo é uma realização da vaidade Divina. Deus?! Deus se tornou uma realização da vaidade humana que as religiões teimam em monopolizar e comercializar.

Viver por quem vale a pena viver e com quem esteja disposto a encarar suas piores tempestades de pensamento, humor, dúvida, astral, sofrimento e lona. Porque quando a maré virar calmaria é fácil velejar.



"Por que tanta matança?"


A pergunta do título é de autoria de um estrangeiro que fazia intercâmbio, segundo informações dadas pela internet, aqui no Brasil, especificamente em Uberlândia. Em uma carta encontrada no armário da empresa em que trabalhava o africano, cujo país de origem é a República do Congo, havia uma reflexão questionando o porquê de tanta crueldade e matança entres os seres humanos, que ainda segundo ele muitas pessoas precisam ridicularizar e humilhar a sua própria espécia para se dar bem na vida. Acredito que até já o tenha visto pelas ruas e por motivos diversos, o nome não será revelado aqui uma vez que outras mídias já o fizeram, basta apenas saber que mais uma vida foi tirada de forma violenta.

Tenho enorme respeito pelos que realizam suas travessias pela vida e pelo mundo. Não é fácil deixar sua Pátria e partir, na maioria das vezes rumo a um destino incerto, em busca de um sonho que muitas vezes torna-se um pesadelo. No bairro onde moro existem várias residências de estrangeiros. São pessoas alegres, extrovertidas, imigrantes que ousaram arriscar a sorte noutro lugar acreditando que lá fora, além das fronteiras, bastaria apenas a oportunidade de se dedicar a algo para que sua vida mudasse. 

Como já mencionei, a travessia não é fácil. São muitos os percalços que pairam no caminho e dificultam a continuidade do caminhar. Tive a oportunidade, ou melhor, a ousadia e determinação de realizar as minhas sendo que a mais difícil foi deixar minha cidade natal rumo à capital. O medo, óbvio que não deixou de me acompanhar, mas o sonho e a fé me encorajaram a seguir na luta. Cá estou. E por isso, por todo um contexto que não cabe em palavras, quando vejo ou conheço pessoas que fizeram algo parecido ou ainda maior, simplesmente ressalto meu respeito. 

Até onde pesquisei, ainda não se sabia se o corpo do jovem imigrante seria enterrado em Uberlândia ou voltaria para seu país de origem. Penso na dor da perda que os seus familiares, que lá ficaram, estão sentindo e, pior, sem saber os motivos pelos quais sua vida foi ceifada. A investigação sobre o crime seguirá por mais um tempo e talvez os assassinos nem serão encontrados. O caso será esquecido bem antes de um próximo jogo de futebol e a dor dos seus será um sepulcro aberto em seus corações que a cada dia enterrarão um pouquinho daquele que deixou saudades.

E com essa frase, também de autoria do jovem estrangeiro, finalizo esse texto: "Para quem tem fé, a vida nunca tem fim".