Você dará a mão, por carinho, por empatia, por amizade, por consideração, ou por caridade que seja, mas no virar dos ponteiros, nada te servirá. Porque a sua utilidade já deixou de servir aos interesses de quem serviu-se de sua ajuda.
Você notará a presença, daquela, não vista ou mal vista pela maioria, dar-lhe-á sua atenção, sua fala, sua motivação, seu sorriso e sua boa fé, e a incluirá bem no seio em que está inserido, e ainda assim, ela usará do que lhe proporcionou para lhe tirar de cena.
Você se preocupará, se movimentará de forma próxima para lhe levantar a autoestima, a moral e a ajudará a sair do sufoco em que se encontra, mas nada disso servirá quando ela tiver a oportunidade de lhe roubar o palco.
O perigo nunca veio da parte de quem sempre agiu com veemência e rigor, mas da parte que destilava docilidade e beijo no rosto.
Já dizia o poeta, "a mão que te afaga é a mesma que te apedreja." Ainda mais antiga, numa das histórias mais conhecidas da cultura cristã, um personagem bíblico sela com um beijo no rosto a traição que culminou na captura, tortura e morte de seu Mestre. O que se sabe através de relatos de livros apócrifos é que o traidor se enforcou numa árvore de olaia.
A gente aprende.