Deixa-me
seguir,
incerto aos externos
inquieto,
talvez esperto,
que meus
passos caminhantes
sempre
avante me levando
por
vezes parando, tropeçando
caindo,
levantando, retrocedendo
cambaleando,
firmando, recomeçando...
Deixa-me
olhos
turvos pelo tempo
firmes
cores desbotadas
fotografias
em preto e branco
papel
manchado pelo pranto
marcas
do passado
histórias
relembradas, recontadas
na
imensidão do céu azul
cortina
de estrelas que eternizam sentimento
Deixa-me
sentir o
que não se explica
amar o
improvável
viver o
impossível
que o
coração almeja
e não
requer destreza
simples,
invisível, sensível,
no
compasso do seu tempo
pulsa,
repulsa, expulsa
mas
bate, rebate, cambaleia e não se abate
Deixa-me
seguir o
caminhar
e que,
se preciso, seja no mar
a
velejar outros mundos
de
questões tão profundas
que eu
possa me entregar
ofertar,
correr ou ficar
fazer o
que o sentido e o risco me levar
seja
aqui, lá ou acolá
não me
impeça de lutar
nem de
viver, nem de chorar
quero
apenas, então olhar
deixa-me...