Dá-me teu sorriso tão nua
no céu
Cede-me
teu brilho tão Lua sem véu
Dança
comigo a canção da eternidade
Canta
em segredo a razão da saudade
Afugenta
de ti os espíritos mundanos
Acalanta
em ti a mística humana
Labuta
ao sol a duras penas
Escuta
o rouxinol na cantoria suprema
Não
fuja do caminho sem destino
Que
venha ao encontro do coração menino
Já
não corro do seu céu ao incerto sertão
Faz
daqui tua morada, minha terra, coração
Hoje
longe, a esperança se finca
Muito
perto, a andança se finda
Venha
do sul e eu me entrego do norte
Sobreviva
a tristeza e eu disfarço da morte
Viver
o amor, que seja proibido
Enterrar
o temor, que sejamos banidos
Vivenciar
o regresso, sepultar o passado
Entregar
o possesso, descartar o Estado
Do
início ao fim, espinhos e flores
De
árduos sim, caminhos e dores
Na
pele o cheiro, a mágica presença
Nos
olhos a poeira, a vontade e a pertença