A verdade é que nunca esqueci as distantes marcas
Assim como
guardo o livro aberto
Daquele que
docemente me abandonou
Guardo de ti o fel e o mel
Do passado
que me corrói
Até a
disputa do amor tão presente
E assim me
pus a te deixar,
Todo dia um
pouquinho
O medo de
seus fantasmas te tirarem de mim
Foi mais
forte e me fez reagir,
Na certeza
de tão só prosseguir
A
construção que pensei para nós
Só serviu
para construir muro ao meu redor
O que eu
passei no tempo de sua transição
Na verdade,
me fez arrepender de ter-me entregado tanto
Descobri
agora que o perdão não é uma opção
É uma luta
diária onde o passado é vilão presente
Maior que a
dor tem que ser o desejo de libertar-se
Aprendi,
agora sei, mas não pratiquei... ainda não
O tempo e a
ausência sua me ensinarão
Mais uma
vez pela dor e a solidão
A levantar
e caminhar...
Não soube e
talvez nunca saberei esquecer-te
Tampouco
das marcas da sofrência
Não desejei
vingança
Mas
afastar-me foi minha necessidade
E assim
lapidei meu coração
Esfriei meu
sentimento
E me coloquei
na vala da solidão
Minhas
crises eram luzes
Minhas
luzes foram sombras
E nelas
repouso em silêncio...
"Você pensa que quer desaparecer, mas tudo o que realmente quer é ser encontrado." (Autor desconhecido)
"Se existe uma solidão em que o solitário é um abandonado, existe outra onde ele é solitário porque os homens ainda não se juntaram a ele." (André Malraux)
"Na solidão, o solitário devora a si mesmo; na multidão devoram-no inúmeros. Então escolhe." (Friedrich Nietzsche)