Caminhando sem destino pelos becos da vida
Em busca de um sentido já esquecido no canto
Na face oculta em que derramei tanto pranto
Eis que um brilho acalenta a alma partida
Instinto selvagem de um coração em fuga
Que reluta contra o tempo em busca de mais
tempo
Perseguindo o sonho de um possível momento
Eis que um sorriso uma lágrima enxuga
Cada retrato de um sonho narrado
Uma pintura se tece sem contato
É a esperança e o desejo irrestrito
Eis que desponta um amor destemido
Espera de outras vidas já sonhadas
Canções que se tornam recantos
Poemas que devolvem o encanto
Eis que a melodia é toda bagunçada
Um olhar, um sorriso, um toque, a magia
Razões e emoções que se tornam melodias
Enlaces espontâneos no tom mais que perfeito
Eis que amor se perpetua por direito
Amar-te como se fosse o último suspiro
Retratos e canções de uma intensa lua
Que testemunhou o encontro da alma nua
Eis que seu coração é o meu recanto e seu corpo
meu cativeiro