Minhas dores explodem
Numa avalanche de lágrimas
Que secaram ao som dos tempos
Meus medos eclodem
Numa tempestade de incertezas
Que cortaram na carne e na alma
A necessidade de estar só
É do tamanho da saudade de um colo de vó
Que entremeia os pensamentos
E num vendaval de tormentos
Escancara o outro lado
O de sentir-se tão só e atado
A indiscreta dualidade do sentimento
Que entre as bagagens de dores
Me coloca numa trincheira infinita
Numa guerra de mundos
Os quais habitam em mim
E de tudo, somente a assinatura no vento
Queria poder não querer
Queria não precisar esconder
Meu pranto abafado
Minha desilusão
Nas entrelinhas do destino
Ainda carregam as sombras do menino
E no fim
Terei que olhar para mim
Enfrentar meus demônios
Num reflexo de antônimos
Minha companhia eterna será
Com ou sem medo,
Será eu e meus segredos
E assim, findará...