segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Das trincheiras da solidão



Minhas dores explodem 
Numa avalanche de lágrimas
Que secaram ao som dos tempos
Meus medos eclodem
Numa tempestade de incertezas
Que cortaram na carne e na alma

A necessidade de estar só
É do tamanho da saudade de um colo de vó
Que entremeia os pensamentos
E num vendaval de tormentos
Escancara o outro lado
O de sentir-se tão só e atado

A indiscreta dualidade do sentimento
Que entre as bagagens de dores
Me coloca numa trincheira infinita
Numa guerra de mundos
Os quais habitam em mim
E de tudo, somente a assinatura no vento

Queria poder não querer
Queria não precisar esconder
Meu pranto abafado
Minha desilusão 
Nas entrelinhas do destino
Ainda carregam as sombras do menino

E no fim
Terei que olhar para mim
Enfrentar meus demônios
Num reflexo de antônimos
Minha companhia eterna será
Com ou sem medo, 
Será eu e meus segredos
E assim, findará...