"Nas ruas, nas baladas desenfreadas,
a busca alucinada por um momento de êxtase.
Nas noites escondidas, perdidas, iludidas,
por cascas frágeis que escondem a realidade,
a irresponsabilidade, a falta de um alicerce...
Todos assim? Não!
Há os que se salvam, mas nas noitadas não há distinção.
No contraposto dessa situação, outros buscam em sua fé
o encontro magnífico e transcendental com o Divino Deus.
A necessidade suprema de expelir lágrimas,
sinal de manifestações que se aproximam do Criador.
Errado? Não! Certo? Também não!
Não, por fazer disso e apenas isso a sua razão,
o seu comprometimento com Deus, com a Igreja.
É muito fácil e prático comparecer apenas
nesses momentos de comoção.
Encerrado o encontro não resta tarefa
nem o comprometimento individual de trabalhar.
Muitos, pela falta de conhecimento de causa
acabam “se convertendo”, melhor dizendo,
mudam de religião e a partir daí encontram Jesus.
O engraçado é que nunca correram atrás de conhecer,
de se aprofundar, de fazer sua experiência individual e verdadeira com Deus,
enquanto eram católicos.
Quem sabe Deus deve aparecer mais bonito em outros lugares?
Quem sabe Deus deve cobrar menos em outras religiões?
Quem sabe lá, só o fato de estar, é o suficiente para ser convertido?
Pena!
E eu? E nós? O que busco? O que buscamos?
Digo, por mim, que minha busca em Deus é diária,
Um embate constante entre a razão e a emoção, o certo e o duvidoso,
a verdade e a mentira, o interno e o externo...
Sentimentos diversos e seus opostos que me cercam,
ora ajudam, ora atrapalham.
Mais que qualquer coisa, o temor, o medo
me levam a errar menos.
O tempo é curto para viver de erros e concertos apenas.
Quem teme procura fazer direito.
Como imperfeitos, temos o direito de errar,
mas a obrigação e a consciência de reconhecer,
e como cristãos o dever de não mais faze-lo.
O que buscam? Aventuras, prazeres...
O que buscam? Um Deus nas alturas, distante da realidade...
O QUE BUSCAMOS?
O QUE QUEREMOS?
O QUE FAZEMOS?
Ailton Domingues de Oliveira
12/03/10