O que se vê? O que se fala?
Na
verdade não sei, por vezes, se estou fazendo parte da mesma Igreja Católica que
minha avó sempre participou e, Graças ao justo Deus, nunca deixou de me levar.
Catequese, Vivência Cristã, Estudos Bíblicos, Novenas, Grupo de Canto, Grupo de
Adolescente, Grupo de Jovens, Coordenações, Assessoria, enfim... para então se chegar num grau
de experiência e apenas concluir: eu nada sei... estou aqui a caminhar... estou
aqui para aprender... estou aqui para ser, no mínimo, protagonista de minha
própria história, da minha própria vida, e se é Vida, não é à toa, não é por
acaso. Cada respiro, cada segundo, cada gota valem a pena!
Na
verdade não sei mesmo, se algumas celebrações são na verdade cópias dos cultos
evangélicos ou se os cultos evangélicos que se propagam na mídia são xerox
dessas mesmas celebrações de grupos católicos. Há pessoas, católicas, que já
admitem sua religião como sendo o nome do grupo ou do movimento que participam. As
coisas mudaram... Ou, na verdade se perderam no tempo e se deturparam.
Choros
e/ou lágrimas - A maioria dos pregadores de plantão sempre usam do mesmo
subterfúgio para levar a Palavra de Deus aos fiéis. Mas será que é esse o
objetivo, o de levar a Palavra de Deus? Ou, ela é apenas o trampolim disfarçado
para o status, a fama e um dia, também o poder? - Detalhe: nunca sei se estão
querendo se levar através da Palavra de Deus, e assim tornar-se-ão reconhecidos
em seu meio - "status/fama" - ou se toda a encenação é realmente
necessária para levar a mensagem da verdade que liberta! - Todos gritam, todos levantam a voz e
esbravejam por vezes. Todos falam como se tivessem dando uma bronca. FALAM
MUITO MAIS DA NECESSIDADE DE ENXERGAR E RECONHECER O CAPETA EM TUDO E EM TODOS
QUE DA REAL IMPORTÂNCIA DE VIVER A EXPERIÊNCIA DO CRISTO, DE CAMINHAR NESSE
CAMINHO JUSTO DE VERDADE E AMOR. Nunca vi
tamanhas falácias sem estudo, sem formação e sem total preparação!
Falta de
comprometimento - Grupos como esses não requerem esforços. Você vai apenas como
telespectador. O palestrante grita, balbucia e depois grita de novo:
"améinnn?!" E todos têm que responder "améinnn" senão ele
grita mais alto ainda até ouvir uma resposta uníssona de ovelhas obedientes:
"a-méééééé-inn!!" Ninguém mais quer assumir trabalhos. Tudo é só ôba
ôba! "Levantem as mãos! Oh glória!" E, como não me canso de ver e
ouvir isso nos cultos dos pastores charlatões. Credo!
No retiro que participei, enquanto um "pregador" (...) - "pregava, óbvio" - havia uma das organizadoras com o celular na mão esquerda
trocando mensagens enquanto a mão direita levantada para frente, em direção ao palco (SIM, PALCO! pois nesses lugares o altar de Cristo fica meio que ... que...
omisso!) em forma de oração, ou empurrando, ou ostentando, ou sei lá o
que. De vez em quando ela fechava os olhos e: “simmmm, oh glória, améinnn!” Nossa,
as orações estão tão modernas e tecnológicas, né?! Pessoas que se dizem estar
intercedendo no momento da "pregadura", não precisam estar em
sintonia. Ah, elas podem, pois são ungidas! São... especialmente dotadas de
poderes que nós, reles cristãos e mortais, ainda não alcançamos! PALHAÇADA!!!
Fui falar com um "pregador" sobre a renúncia do Papa.
Nada! Parecia que o cara estava fora de órbita! Fui falar com alguns
organizadores da necessidade de uma reunião de avaliação, levando em conta que
precisaria, para o próximo ano, um trabalho descentralizado onde todas as
comunidades da Paróquia pudessem participar ativamente e que tudo fosse
decidido entre todos. Esquivas e esquivas! Fugiram da raia e já deixaram claro
que não haveria necessidade de avaliar nada! Os donos do evento não pretendem
abrir mão do formato "neo-pentecolístico" da coisa.
Sua forma de "apregoar" a Palavra de Deus não vem com
senso de partilha. Usam-na de maneira arcaica como arma de condenação. Alienação! Só! Saí
de lá sem nada ter-me acrescido, com exceção das Missas que com certeza foram momentos
únicos de sã participação em comunidade e dos trabalhos que tive a oportunidade
e honradez de contribuir com algumas pessoas.
Nas reuniões de pré-paração foi-se falado da necessidade de deixar
espaço para se falar da CAMPANHA DA FRATERNIDADE e JMJ. Nada houve! O esquema
do retiro já veio definido em começo, meio e fim pelos irmãos da pregadura. Na
verdade, entendo que fizeram um evento, para que todos pudessem apreciar suas
obras, fossem elas de pregações, de show's nos palcos, na organização enfim.
Pessoas de outras comunidades que participaram foram peões de obra! Graças a
Deus e, agora sim, com honras e glórias!!! Parabéns aos que contribuíram de
maneira omissa, humilde e sem holofotes, amém!
"NÃO HÁ FALA
MAIOR QUE A PRESENÇA DO CORPO DE CRISTO!" - Para bons entendedores essa
frase não requer explanações nem explicações!
SUGESTÕES:
- Reunião de avaliação;
- Formação de uma equipe, onde hajam pelo menos duas pessoas de
cada comunidade da Paróquia para que o próximo não seja apenas um evento
centralizado e manco: um show para a plateia comunitária.
Considerações
finais:
Retiro tem que ser participativo e não simplesmente assistido com palmas e
forçação de lágrimas. As tais dramatizações gritantes, sem nexo, sem formação e
fotocopiadas dos neo-pentecostais são evasivas, repetitivas, redundantes e
chatas. Se assistirmos um servo do Edir Macedo, do Waldomiro, ou outro da mesma
estirpe, veremos a semelhança. As vezes, penso que me incluem nesse pasto, onde
as vaquinhas de presépio nada fazem, nem pastam também. Tô fora! Gritar não
gera formação, nem leva informação alguma! Esse tipo de evento serve apenas
para massificar, alienar e dificultar no aprendizado, na catequese e na caminhada
pessoal e comunitária. Contribui tão só para o individualismo e o egoísmo.
O que se viu, eu não sei! O que
se falou, sei menos ainda! Mas... o que ficou, isso é claro: não foi nada, pois
nem mesmo o ego dos ungidos foi contemplado.