Numa parada obrigatória eis que a dúvida surge: continuar no caminho, analisar um pouco mais ou retroceder? Repensar conceitos é sempre bom desde que para aprimorá-los. Difícil mesmo é quando nos damos conta de que essa parada deveria ter ocorrido naturalmente algum tempo atrás evitando assim possíveis percalços e, que o momento atual requer uma caminhada de volta até determinados pontos cruciais não observados anteriormente.
Caminhar de volta, acredito, não é desonroso. Engrandece. Dignifica. Mostra que existe alguém que pensa e antes mesmo de superar metas preocupa-se com a coerência, a transparência e o bem estar dos seus.
Acomodar diante da atual situação ou reinventar uma solução? O que aprendemos com o retrocesso? Este, que ocorre forçadamente, de certa forma nos servirá para mostrar novos rumos, novos horizontes e evitar possíveis obstáculos.
Possibilidades! Vivemos sob essa variável. Não existe um caminho humanamente seguro. Existem metas, objetivos e opções saudáveis que nos propiciarão enxergar adiante quando estivermos dispostos a ouvir, dialogar, sonhar, acreditar e botar em prática.
Mudar conceitos. Reconhecer limites. Recriar espaço. Romper barreiras. Reinventar-se!...
Há pouco tempo atrás ouvi numa entrevista pós luta do então ex-campeão mundial de M.M.A., o brasileiro Anderson Silva, após 8 anos consecutivos como campeão invicto em sua categoria e agora destituído de seu cinturão, que o seu maior rival fora ele mesmo. Perdeu para si. De início achei tamanha prepotência, arrogância e despeito. Hoje, analisando os fatos, revejo que ele pode estar totalmente certo.
Após anos de vitórias e pódium, tratado como estrela, insuperável, único e imbatível muitos assédios podem tê-lo feito acreditar que de fato nada o surpreenderia. Óbvio que era o favorito e o mais cotado para levantar o cinturão mais uma vez. Fato também que o seu adversário não imaginava que conseguiria destroná-lo. Uma sucessão de erros, principalmente pelo excesso de auto-confiança.
Existe, bem no fundo, uma voz que sempre nos alerta. Uns a chamam de consciência. Outros falam que é a voz da verdade do nosso coração. Muitos preferem crer que é o próprio Deus nos soprando no pé do ouvido aquilo que é correto ou não. Quando deixamos que os olhos apenas vejam o externo automaticamente cerramos os olhos da alma que verdadeiramente enxergam.
Muitos fatores o levaram para sua derrota. Acredito que seu erro foi acreditar que era totalmente imbatível e invencível, tal como a mídia construíra sua imagem. Sim, imagem... Talvez ele tenha adentrado pra lutar apenas com a imagem e esquecera de se reciclar para o combate. Usando parte de seu pensamento, que achei muito oportuno e acrescentando mais uma pitada de bom-senso: "Somos o nosso próprio adversário a ser batido diariamente! Precisamos nos reinventar! Reinventar sem se corromper!"
"Há um tipo de coragem que a gente nunca imagina ter
Até que chega o dia em que ela é tudo o que se tem!"(Filme: O poder de um jovem)