quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Meus inimigos, meus fantasmas


E por fim, o fim se achega de mansinho
Devagarinho ou de solado mal intencionado
Pelo cunho de meus inimigos
Ou pela insistência de meus fantasmas

O inferno que se materializa nos flancos
Não é o que se pinta nas telas
Tampouco o que se prega nos púlpitos sagrados
Talvez, seja uma guerra entre meus eu's: demônios e deuses

A morte que fora santa, tornou-se prostituta, mocinha e bandida
E não mais assusta que as trevas escondidas pelos dias
Os homens ditos santos, de seus antros profetizam
Mas ela é insensata e desobedece a hipocrisia

Das entrelinhas subscritas em noites tortuosas
O silêncio destemido guarda versos proibidos
Meus passos eternizados entre as lutas do destino
Afugentam meus fantasmas e dispersam os inimigos

Sem preguiça e sem cobiça, sempre avante e sem pressa
Dou razão à emoção quando me perco na travessia
Escrevo torto o meu sentimento e disfarço sob o tempo
Faço porque quero, a razão desobedeço, dando voz e poesia