E por fim, o fim se achega de mansinho
Devagarinho ou de solado mal
intencionado
Pelo cunho de meus inimigos
Ou pela insistência de meus fantasmas
O inferno que se materializa nos
flancos
Não é o que se pinta nas telas
Tampouco o que se prega nos púlpitos
sagrados
Talvez, seja uma guerra entre meus
eu's: demônios e deuses
A morte que fora santa, tornou-se
prostituta, mocinha e bandida
E não mais assusta que as trevas
escondidas pelos dias
Os homens ditos santos, de seus antros
profetizam
Mas ela é insensata e desobedece a
hipocrisia
Das entrelinhas subscritas em noites
tortuosas
O silêncio destemido guarda versos
proibidos
Meus passos eternizados entre as lutas
do destino
Afugentam meus fantasmas e dispersam os
inimigos
Sem preguiça e sem cobiça, sempre
avante e sem pressa
Dou razão à emoção quando me perco na
travessia
Escrevo torto o meu sentimento e
disfarço sob o tempo
Faço porque quero, a razão desobedeço,
dando voz e poesia