Se no acaso está a graça da
oportunidade,
São os olhos da alma que a enxergam com sensibilidade.
Na travessia de um rio, de um dia de
calor ou de frio,
Um período ou um ano, uma noite, um céu
e um sertão,
A certeza única dessa estrada são os
momentos que saudades deixarão.
Diante das circunstâncias que a vida
nos apresenta
É com o poder da oração,
legado dos pais, que Deus nos orienta.
E nesse mundo repleto de complexidade
A soma simples de "si
mesmo + Deus"
É o resultado que se me apresenta em "unidade".
Interessar-se pelo outro é despojar-se de si, papel do
cristão
Enxergar o humano, além das diferenças
e dificuldades
É transpor limites e barreiras e
abraçar um irmão.
Mas o mundo também nos mostra a beleza
da Criação
E o que permanece para os
outros? é aquilo que plantamos no recanto do coração.
Nada vale mais que um dedo de boa prosa
e sabedoria, afinal
Pois na vida o emocional é
anterior ao intelectual.
E o quão o mundo poderia experimentar a
vida com mais alegria
Se houvesse um cantinho que fosse, no
coração, para se semear poesia?
O tempo passa e muitos momentos se
eternizam na consciência
Pois em tudo e em todas as
coisas existe a sacralidade: transcendência.
Com os olhos se faz poesia, no silêncio
se faz oração, a qualquer tempo
Mas há quem, em sagrada plasmação,
em sua sabedoria se tornou o nosso exemplo.
E se a vida é uma dádiva, vivê-la é uma sacra
arte
Há quem morra sem ter vivido e quem
jamais deixará de nos fazer parte.
Em meio há tantas relações deturpadas
de um mundo imprevisto
Há quem viva e testemunhe a união:
eu, tu e Cristo.
Mas então, o que nos une? Nesse
lugar descontrolado
Somente a Paz, Crucificado e
Ressuscitado.
Deus nos deixou uma missão, do corpo e
da alma:
Respeitar a inviolabilidade da
pessoa humana.
Com cada próximo, empatia e
cuidado pra viver
Em cada ato, alteridade que
ultrapassa o próprio ser.
No ciclo desse tempo, desses anos em
travessia
O que se eterniza em cada um é o Diálogo
e Teologia.
"Tá caindo fulô! Ta caindo
flor!"
Vai chover saudade, vai chover amor.
De nada nos valeria todo tempo e toda a
oração
Se no fim não percebêssemos o
bem no outro, compreensão.
Mas, e agora José?
E agora?
Compadre meu Quelemém!
Momentos que o tempo não leva, não
apaga
São pinturas coloridas, eternizadas.
Muita gente partiu antes
Muita gente nem embarcou
Mas muitas almas aqui se tornaram
grandes
E deixará saudade nas estações que
passou.
Tropeçamos mas aprendemos.
Desentendemos mas também superamos...
Tá chegando a hora, é a nossa deixa, a
nossa estação
E o trem haverá de ser noutra direção.
Cada um na sua, talvez
Seguindo a escolha que o coração fez...
E agora, José?!
O tempo se tornará grande em nossas
noites
Que mesmo diante do cansaço dos dias
Estar aqui, alimenta-nos a alma e nos
enche de alegria.
Nesse espaço de travessias
Onde tem fé e utopias
O simples se torna belo,
E do belo se sente o sagrado
A caminhada nos cria elos
E o caminhar, perfumado.
Mas, nos dias solitários,
Nas noites estreladas
Segurando o rosário,
Voltaremos os olhos aos céus
E nos acolheremos com os olhos
marejados
Pois, "a gente está no
coração de Deus".
5º e 7º Período de Teologia, aula de Temas Especiais: Hermenêutica: Zé Cezário,
Bruno, Luciano, Edmar, Pedro, Valéria, Marcelo, Firmino, Luciane, Divoene,
Jaqueline, Roseny, Regismar, Ricardo, Eimar, Elissandre, Ailton, Mersônia, Denise, Frei Carlos, Juscelino, Aline.