Ela, em seu tempo, vai perdendo suas
asas
Tão feliz quanto a certeza de ter voado
em liberdade
Quisera eu viver com tanta destreza
Sem ser refém do mundo ou de minhas
vaidades
Ah, esse tempo, maldito seja
Endiabrado, infiel, ladrão
Carrega para longe o pensamento
Distancia o coração
Mas não é o tempo, é o homem
Que persiste nas insanas travessias
Na rebuscada investida pelos dias
Desertos, consertos, utopias
Do tempo ao tempo, alegria ou tormento
É o desejo, é a escolha, emoção e razão
Asas que se desfazem pelos céus desta
vida
Libertaram-se para o destino da
imensidão
É o tempo, chegado o momento
As cores empalidecem sobre a asa
Nada perdura, tudo se eterniza
E a alma retorna pra casa
E a alma retorna pra casa