sábado, 1 de setembro de 2018

Viajante



Viajante do mundo
Que segue sem destino, sem regras, sem pressa
Que carrega em sua bagagem apenas o que entrelaçou seu olhar
Se abriga na solidão da noite que desperta o santo e o profano
O louco insano que quebra padrões e protocolos
E se desvia das falsas morais e da hipocrisia alheia

Viajante dos mundos,
Sua religião é o viver a vida, viver a travessia
Pois é isso, tão somente e tão amplo, uma simples e abrangente travessia
Que há de ser sentida, e por que não, também incompreendida
Que há de ser contemplada, irrigada, intensa e ousada
Explorando outras terras, outros ares, outros mares, outras almas

Viajante da vida,
Que percorre os pensamentos, sem poréns nem tormentos
Entre acordes e melodias, vai encontrando suas notas em outros tons
Noutras vozes, noutros tus, versos incompletos que se rimam de outras vidas
Nas linhas e entrelinhas que se formam nessa estrada de sonhos
E se materializam no amanhecer de um eterno sorriso

Viajante do tempo,
Do agora, de outrora, do sonho real de outras vidas
Que já nasce partindo em eterna travessia
Rompendo com o destino certo, ora lhe traçado
Refazendo o caminho, o pensamento e o coração
Desbravando mundos, sonhos e almas
Equilibrando-se na onda incerta de cada tempo, cada olhar
Almejando a possibilidade única do reencontrar
Rimando lágrimas e risos, sonhos e medos, saudades e desejos
Tão certo de que o viver é único, mas a morte é o fim para quem não se arrisca
E a vida, a travessia de um início sem fim, para quem se eternizará pelo olhar
Pois entre um fim e outro, sempre existirá o recomeço, o novo...
Aqui, ou noutra história...