O Ragnarök, destino final dos deuses segundo a mitologia nórdica, tem muito em comum coincidência com o Gênesis e o Apocalipse do cristianismo. A eterna batalha entre bem e mal que acontece no mesmo momento em que o mundo se consome em destruição são prenunciadas em ambos, tanto quanto o recomeço utópico que se dá após cada catástrofe.
Através da particularidade de cada religião e crença, tudo nos leva a perceber que início e fim, vida e morte estão num contexto cíclico de eternidade sempre presente, aqui e agora.
Viver apenas em busca da promessa de eternidade incorre no risco de roubar de si a chance de uma vida real e em liberdade.
Tudo e todos os que se aproveitam da inocência e fragilidade alheias para alienar e doutrinar, tirando a possibilidade da libertação plena e da liberdade do pensar, do descobrir e do agir, cerceando o senso-crítico individual e coletivo, não é nem digno de ser considerado religião nem religioso (a).