Enfim chegamos à marca dos 1000 escritos, ou 1000 postagens. E sabe o que isso significa? P***a nenhuma!
Dentre as várias ideias de como prosseguir com este blog pensei em
deixa-lo morrer aos poucos, sem postagens futuras, na certeza de que já cumpriu
o seu papel e agora é chegada a hora do repouso eterno dos justos.
Escritos em Tempos é um verdadeiro diário de
bordo, pois guarda desde os primeiros poemas do antigo colegial (1993) até os escritos em meados de 1999 e depois entrou num sono profundo de dez
anos, ressurgindo em 2009.
É certo que antigamente todas as anotações eram feitas
em agendas e cadernos ou, no máximo, numa pastinha no computador, e demorou
muito tempo para transpor cada texto aqui para o blog. Fiz questão de manter até mesmo
os erros ortográficos da época. O primeiro título desse blog foi "Escritos:
Cantos & Encantos da Vida" (2009). Passado algum tempo foi
rebatizado de Escritos em Tempos.
Outra possibilidade seria criar um novo blog, outro espaço, porém, dando
uma refinada no layout, nos temas e principalmente nas postagens.
Tudo certo mas nada resolvido!
O fato é que escrever é bom, muito bom. Terapêutico, por sinal. Um vício
bom, um passa tempo, momento de extravasar, espaço de confidências, entrelinhas
que são percorridas com lágrimas, suor e sangue, dores que refletem na alma,
gritos e silêncios, fé e desesperança, amor e ódio... Tudo cabe, tudo pode,
mesmo o mais gostoso dos pecados (seja qual for o seu) é permitido. As
linhas não mentem nem escondem os sentimentos, tudo depende da óptica que se lê
e de onde se enxerga. Não basta ver apenas...
As posições aqui são claras. Encontrar os que se agradam com a mensagem
é bom. Ouvir que as pessoas se identificam é ótimo. Mas, também não me
impressiona, nem me deixa desanimado encontrar os que não comungam de algumas
ideias e ideais. Que bom que existem posições contrárias, que não somos iguais
em tudo. Imagino que seria chato se todos gostassem das mesmas coisas.
A única coisa é que não abro mão de pensamentos para agradar a
terceiros. Uma outra coisa é fato: transparência! Exceto, em casos que me dei
conta de ter feito comentários que não acrescentaram em nada, e ao contrário,
causaram certa incompreensão entre alguns espaços em que convivo. Teve um caso
que, passado alguns anos de uma postagem a qual teci críticas aleatórias e sem
embasamento, fiz questão de escrever um pedido de "desculpas" formal.
Mantenho ambas as postagens, a da crítica e o pedido de desculpas. É bom estar
em paz e de consciência tranquila.
Por outro lado, têm coisas que não me tiram a tranquilidade: tecer críticas de viés religioso, os exageros de maneira geral, principalmente sobre a minha religião, e também sobre política. Apenas penso que, de maneira laica e sem envolvimento político, se o assunto em questão traz benefício para todos então merece elogios, do contrário, não poupo críticas, tampouco o uso de qualquer palavra, por mais pesada que seja. Foda-se!
Ah, quantos "foda-se" estão aqui, soltos pelas águas desses
1000 escritos!... Mas, quantos momentos de descontração, de emoção, de perdão e
principalmente de libertação que essas águas me trouxeram, não foram poucas. Já
fiz monólogo, diálogo entre meus "eus", pedi explicação pra Deus,
enxerguei a covardia de alguns humanos enquanto culpavam o pobre diabo para se
isentarem de suas merdas... E viva la hipocrisia! Essa, com certeza
é uma das piores características do tal humano.
Bom, diante de todas as incertezas quanto a este espaço, penso que ele
ainda será eterno por mais que o tempo entre uma postagem e outra seja grande,
repleto de desertos, montanhas e rios... Uma hora a gente se esbarra, se
reencontra, têm um dedo de prosa e coloca os assuntos em dia.