"(...)
Você se atreve a
sair?
Você se atreve a
entrar?
Quanto pode perder?
Quanto pode ganhar?
Se você entrar vai
pra esquerda ou direita?
Vai até a metade ou
nem isso tenta?
Você ficou tão
confuso que começa devagar
Pistas longas e com
curvas e você tem que acelerar
E andar muitos
quilômetros em todo tipo de lugar fútil
Até que chega com
temor a um local ainda mais inútil
O lugar de espera...
A gente apenas
esperar...
Por um trem que vai
partir
Ou um ônibus que vai
chegar
Ou o avião decolar
Uma correspondência
chegar
Ou a chuva passar
Ou o telefone tocar
Ou a neve tocar o
chão
Ou esperar por um sim
ou um não
Ou um colar de
pérolas
Ou um olhar de
relance
Ou uma peruca com
cachos
Ou outra
chance..."
O filme "Um crime de mestre", da Netflix, retrata uma verdadeira batalha
psicológica e de evidências entre o acusado de matar sua esposa e um jovem
promotor que de início estava cegado pela vaidade, mas depois de aprender com
os erros encara seu adversário de forma inteligente. É uma produção digna de
análise e não deixa aquém da expectativa. A trama como um todo é instigante.
Não há muito o que dizer, apenas assistir e se atentar para os detalhes.
Já o poema transcrito acima faz parte
de uma cena emocionante quando o promotor o lê para a mulher do acusado de
homicídio, que se encontra num leito de UTI entre a vida e a morte. Em se
tratando de poema, não importa o gênero do filme ou da série, pois a arte como
um todo tem suas derivações e conexões. Um verdadeiro complemento que eleva a qualidade
da história trazendo reflexões à parte sem desfocar do assunto principal.
Particularmente, toda arte é uma
espécie de poesia, seja falada, cantada, pintada ou interpretada. Vai mais dos
olhos e ouvidos de quem enxerga e se atenta do que do conteúdo propriamente
exposto. Mais um filme que vale a pena conferir