segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Potência e Autonomia de si



Nasce sob holofotes de silêncio, dor e solidão

O menino do reflexo no espelho que sorria

De um novo eu que já fora inteiro, 

Partiu em pedaços, tornou-se sobras

E que agora renasce entre escombros de castelos de areia

E paisagens desconhecidas e inabitadas rumo ao topo da montanha

Estações de travessias que registraram sentimentos

Ajuntando cacos, curando feridas e guardando cicatrizes

A dor do renascimento é maior que a do próprio parto

O medo da infância não supera o medo do desconhecido na experiência

Dentro dessa cela que me aprisiona em vidas

Esse novo eu é capaz de suportar traído e traidor, inocente e culpado

A luta é para permanecer vivo para alguém

Por amor, pelo amor, para o amor

Quero ser especialista de mim, desse eu de travessias

Desse eu transformado, marcado, dedicado

Que a beleza da tristeza seja sinônimo de força e sensibilidade

Coragem para as lutas

Em minhas pegadas pelas trilhas dessa jornada

Ficaram marcas vermelhas pelo caminho

Hora de amor, hora de sangue

As lágrimas do choro a só 

Era o mais puro e límpido que jorrava

Os meus inimigos sempre foram meus maiores mestres

E dentre estes, estava também o meu eu, 

O que ignorava minha realidade e sentimentos

Busco, luto, me derramo pela potência e autonomia de si

Numa espécie de libertação constante das prisões por onde passei

Meu ponto de desembarque final será tão somente

Quando não houver mais amor...

Enquanto isso...

"Ninguém deve deixar essa vida sem uma sensação de completude." (Sherlock Holmes)