Nasce sob holofotes de silêncio, dor e solidão
O menino do reflexo no espelho que sorria
De um novo eu que já fora inteiro,
Partiu em pedaços, tornou-se sobras
E que agora renasce entre escombros de castelos de areia
E paisagens desconhecidas e inabitadas rumo ao topo da montanha
Estações de travessias que registraram sentimentos
Ajuntando cacos, curando feridas e guardando cicatrizes
A dor do renascimento é maior que a do próprio parto
O medo da infância não supera o medo do desconhecido na experiência
Dentro dessa cela que me aprisiona em vidas
Esse novo eu é capaz de suportar traído e traidor, inocente e culpado
A luta é para permanecer vivo para alguém
Por amor, pelo amor, para o amor
Quero ser especialista de mim, desse eu de travessias
Desse eu transformado, marcado, dedicado
Que a beleza da tristeza seja sinônimo de força e sensibilidade
Coragem para as lutas
Em minhas pegadas pelas trilhas dessa jornada
Ficaram marcas vermelhas pelo caminho
Hora de amor, hora de sangue
As lágrimas do choro a só
Era o mais puro e límpido que jorrava
Os meus inimigos sempre foram meus maiores mestres
E dentre estes, estava também o meu eu,
O que ignorava minha realidade e sentimentos