Eu vejo...
Vejo a escuridão baixar com as noites
E permanecer durante os dias, longos dias...
Dias de tormentas, tempestades,
Que originam maldades, insensatas, sem noção...
Eu vejo...
Uma organização criminosa atuando
Pelos becos, entre as mazelas, distantes dos centros...
Faz suas vítimas entre os excluídos
Os desfavorecidos, os mal assistidos pelo sistema...
Eu vejo...
Um corpo sem cabeça, sem rosto...
De um ladrão sorrateiro que rouba a alma
Uma guerrilha urbana contra o desconhecido
Desconhecido que atua em células...
Eu vejo...
As drogas assolando mais e mais
Infiltrando, oprimindo e devorando
Nos bairros que o sistema inopera...
Alguem ainda lucra...
Eu vejo...
Que o sistema não tem interesse
Coloca na linha de frente os seus soldados
Que por outro lado, é parte do sistema, que também requer atenção
Alguem ainda lucra...
Eu vejo...
Que o inteligente não usa o produto do tráfico, as drogas
Inas, inas, inas... onhas,
Cocaínas, heroínas, crack, merla, maconha...
O perigoso apenas administra a operação, mas nunca se vê...
Eu vejo...
Crianças se acabando, jovens morrendo, famílias se desfazendo...
Um governo inerte ao ócio
Aos olhos dos oprimidos, parecem não se interessar pela solução do problema
Os que fariam o trabalho ostencivo, fingem não ver a situação...
Eu vejo...
Todos os dias eu vejo, a mesma coisa
O mesmo Governo de braços cruzados
Numa administração medíocre
Uma falta de trabalho tático, inteligente e ostencivo, se for preciso...
Eu vejo...
Todas as noites, nos mesmos lugares
As mesmas crianças, fruto do tráfico...
Participando de uma logística criminosa
Ora como "avião", ora como "gavião", ora como usuário...
Eu vejo...
Que a hora oportuna é agora...
Resgate e combate
As noites precisam de Anjos
Em ordem de batalha...
Ailton Domingues de Oliveira
13/03/12