terça-feira, 16 de outubro de 2012

Revirando baú




Faxina geral!!!




Tudo o que não se usa mais, vamo botá pra fora! Ordem dada por mim para as pessoas que vivem em casa: eu mesmo! O Felipe já tem suas coisinhas sem uso entulhando a dispensa! Vai fazer rodá o que não serve mais! Roupas, objetos, anotações, cadernos, agendas, receitas, cartões postais... vixe!!! Como tem cacareco guardado! 




A gente guarda pelo carinho, pela pessoa, pela lembrança, pelo momento, pelo fato, enfim, por uma infinidade de motivos. É uma forma de manter acesa a chama da amizade que nem mesmo se tem contato. Na verdade é um mero marco em determinado ponto de nossa história. Serve para nos sintonizar. Serve para recordar e soltar grandes suspiros.



Tenho três caixas brancas e nelas estão pastas dentro de pastas, envelopes, cartões, anotações de encontros e retiros principalmente. 99% do que lá está, ou estava, se refere a momentos vividos na Igreja, na Comunidade, na Pastoral da Juventude...

Toda vez que mexo nessas caixas tento desfazer de coisas que não mais servirão. Não dispenso que escreveu ou quem me deu algo com carinho. É preciso recordar sim. Mas, é preciso viver e lançar a rede adiante... Parece bem um sacrifício escolher o que vai ser jogado fora e o que permanecerá. As fotos sempre permanecem.






Dessa vez, praticamente reduzi de três para duas caixas. Dez agendas e mais uns seis cadernos de anotações de eventos, congressos, assembleias, encontros, retiros, cursos, reuniões e outros mais. Rascunhos de teatros improvisados. Algumas coisas vou digitalizar e passar pra frente, outras talvez guarde, mas a maioria, com certeza será uma despedida. 



Tem momentos que jamais voltarão. Ficaram na memória e no coração. Pessoas que nunca mais as veremos. Umas já partiram... outras, pelo caminho escolhido, pela geografia e outros fatores, dificilmente reencontraremos. 



O rio segue rumo ao mar... As vezes, no percurso, encontra outros rios e mais outros, mas o fim é o mar. Se as águas permanecessem paradas não seria rio. Seria uma lagoa, talvez. É preciso seguir o leito natural das coisas, da vida. Curvas e desnível, barro ou areia, pedras ou árvores, plantas e animais... tudo será encontrado durante o trajeto rio-mar... Paisagens ímpares. Tudo ficará na lembrança e na saudade. O gostinho de quero mais é sinal de que foi bom. Sinal de que o momento valeu a pena de ser vivido. 
  

Recordar é viver. E viver é caminhar, é seguir o leito da vida. Cada gota de água é necessária para que o místico da vida aconteça, para que o rio abrilhante e gere vidas por onde passar...