Doce criança correndo na praça, na calçada
É roubada de sua vida
Emudecida e ferida
Sob ordens sobrevive sufocada
Corre criança de volta ao
interior
O portão não se abre por fora
Tens a chave nas mãos e na dor
Cabelos ao vento, o tempo é
agora
Canta criança, sem medo e grita
O mundo te espera, o céu te
escuta
Desconstrói este muro, está
aqui fora a vida
É calor, é amor, é o sonho, é a
luta
Criança feliz, ninguém te possui nem te destrói
Ninguém te governa, ninguém te amedronta
A chuva te lava, o amor reconstrói
Teu suor e teu sangue com fé te levantam
Eterna criança, beleza eterna
De olhos tão vivos, tão sincera
e serena
Vai ao campo da vida, segue
livre o caminho
No interior do teu ser não
caminhas sozinha
Há um lugar... mas que tu
saias de ti
Há um vazio mas há vida na
travessia
Do outro lado da
cerca uma alma em alegria
É o sol, é o amor
esperando por ti
"O ser, como ser, sem poder ser como realmente é ou sonha ser. A criança presa ou represada em cada adulto ainda grita, chora e lamenta em seu interior. Interior que carrega a chave e o segredo desse sentimento que também é dor. A liberdade está como o sol a iluminar, basta abrir a porta e as janelas... basta querer."