Professor. Professores. Então,
após dar um passeio no tempo e recordar com saudade sobre os primeiros passos
da alfabetização mergulho no presente dessa semana. Dois momentos ímpares que
me fizeram pensativo. Ainda mais. Agradecido também.
Segunda
feira, último dia de novembro. Estávamos na cantina da faculdade, eu, alguns
amigos e o professor Márcio Fernandes, doutorando em Filosofia na USP, que abre
o livro "Cá de dentro" e nos lê o poema "Ecos do Tempo".
Indescritível a sensação de ouvir o seu pensamento recitado pela boca de um
Mestre. Interessante o sentimento que ele depositou ao encontrar-se nessas
linhas. Gratificante tudo isso.
Já na
terça feira, primeiro dia de dezembro, aconteceu a última avaliação do 5º
período do curso de Teologia. Ao me dirigir para entregar a prova o professor Antonio
Jacaúna me disse que precisava de umas "Doses
diárias" de poesia, de
Drumonnd, Quintana. Imaginei que sua vontade tivesse sido despertada ao ler
alguns dos meus poemas. A surpresa maior foi quando ele olhou em meus olhos e
disse "escrevo porque
escrevo". Assim caiu a ficha que ele estava literalmente me dizendo
frases do meu livro "Cá
de dentro". Fiquei sem palavras e só soube sorrir desconcertado.
Gratidão!
No texto
anterior citei as minhas primeiras professoras. Neste, comentei sobre dois
professores do meu atual curso. Em comum, eu estava apenas escutando. E
justamente por isso a frase do Rubem Alves no final deste escrito. Creio que a
mesma surpresa ao conseguir escrever e ler as primeiras letras se deu neste
outro momento que ouvi minhas poesias recitadas em outras vozes.
Minha
admiração é eterna por todos os professores. Admiração! Óbvio que empatia é
algo à parte que não se impõe, apenas flui natural ou não. Encontrei
profissionais, mestres, doutores aos quais tive a oportunidade de partilhar
meus escritos. A todos vocês, professores do curso de Teologia, que dividiram
momentos ímpares em nosso espaço sagrado, simplesmente meu muito obrigado!