Nunca mais,
nada será igual
O tecido que
cobre a cama sofreu sintomas
Guardou
perfume, suor e sensações
As
eternizadas noites de um recém carnaval
Ficarão
gravadas entre lágrimas, suspiros e aromas
Sem poréns
nem reféns mas com extensas razões
Na longa
cruzada pelo deserto da solidão
Entre nomes,
cantos, sonhos e rotina
Fiz prosa
sem querer e poesia sem saber
Calei meus
medos e refutei a emoção
E nas
entrelinhas de cada rima
Busquei
razões para viver
Mas a vida,
essa traquina
Me
presenteou com doses embriagantes
Descompassando
minha comodidade
E trouxe-me
no olhar de uma menina
O sentimento
delirante
Minha
gostosa insanidade
A
tranquilidade que eu buscaria
Já fora
guardada de outras vidas
E chegou em
tom de desorganização
Até mesmo as
minhas poesias
Tão doces ou
atrevidas
Encontrariam
uma nova emoção
Ao enxergar
além do meu conforto secreto
Coloquei-me
em uma nova travessia
Sentindo a
brisa vir de encontro ao coração
Ao sentir o
abraço de peito aberto
Recebi na
pele a sintonia
E o calor de
tua mão
Caminho
agora, insanamente apaixonado,
Pela vida,
repleta de uma feliz loucura
Em pleno
chão do meu sertão
Plantando
sonhos e colhendo poesia
Não sigo
solo, estou acompanhado
E o que é
bom eternamente dura
Pelo recanto
de cada estação
Pois nada
mais será do jeito que já foi um dia...