E na calada da noite quando o cansaço
domina
A cama me acaricia e o lençol me abraça
Enquanto o sono arrebata o corpo
A rédeas do pensamento já se soltaram
Eis que a intensidade do sonho se torna
marcante
Sonho é sonho, mas também pensamento
Dos detalhes vividos no auge de um
romance
Entre idas e vindas, o sonho acontece
A liberdade refletida entre olhos e
olhares
A felicidade estampada nos semblantes
protagonizados
Se dava mais forte que toda tentativa
de separá-los
Quando a força contrária se deu conta
de sua ineficiência
Restava compreender que o eterno não se
acaba
Pois o sentimento imortalizado entre
aqueles dois pares de olhos
Entre acaso ou destino, estava selado
Entre as cenas que vivenciei
Durante a partida daquele lugar
De todo um jardim, me deparo com a
única flor
Que me prende o olhar, a respiração e
os compassos
Como numa dança, ela abre suas pétalas
Antes de minha necessária e breve
partida
Me deparo com alguns lixos em cima do
tapete no meio da sala
E ao descer as escadas, percebi algumas
estruturas de madeira
Que estavam danificadas e comprometidas
pelo tempo...
E de toda a novela vivenciada, meus pensamentos me levaram para duas
partes: o lixo no meio da sala e as estruturas de madeira comprometidas. Há
coisas que precisam ser retiradas de onde estão. Precisam de um fim adequado.
Não se pode nem se deve carregar fardos desnecessários, ou acumular coisas sem
sentido. As estruturas danificadas, que comprometiam a segurança da casa, ou
precisaria ser consertada, reformada de forma geral, demolida para ser
reconstruída, ou ainda, simplesmente deixada para trás. Acredito que a
reconstrução, também pode se dar em outro lugar, com outros protagonistas.
Nessa experiência eu entendi que precisava mostrar onde estavam as necessidades
primordiais. Sonho é sonho, mas também experiência, sinal de luz.