A Fé expressada em sua forma mais simples e humilde. A procissão seguia por entre as ruas do bairro. Algumas pessoas prepararam um altar na frente de suas casas. Os ramos sinalizavam quem caminhava e simbolizavam o dia: Domingo de Ramos (01/04/12).
Relembrando os passo de Jesus que adentrou Jerusalém montado em um jumento, assim, nós caminhávamos e comungávamos o momento, apreciando, orando, rezando e nos comovendo muito mais com o inesperado.
Surgem então pelo caminho, pessoas que sem saber que haveria a procissão e que ela passaria pela rua de suas casas, não prepararam seu altar, mas que de alguma forma expressavam a contade de serem abençoadas.
Os que haviam preparado tal altar já era de fácil entendimento que de alguma forma estariam inseridos no meio, na comunidade... Expressão linda e sincera de fé e devoção.
Aqueles porém, distantes do meio... eis que suas expressões, às vezes tímida, ou por hora desajeitadas, ou ainda, simplesmente, com um balançar da mão e seus olhos a implorar: “Eu também quero!” Diante d’Esses... a emoção era maior.
Eis então que, de dentro de uma casinha simples, simples ao extremo, surge uma senhora de pés descalços, em trajes humildes, segurando uma imagem de Nossa Senhora de Aparecida... A procissão seguia e ela disse: “Abençoa a minha casa! Eu também quero!”...
As palavras aqui escritas jamais poderiam expressar ou descrever tal momento. Momento de céu que tenho o orgulho e a honra de registrar... A procissão parou. Rezamos o Pai-Nosso e a Ave-Maria e seguimos adiante.
Pra finalizar, ainda relembro mais um fato. Quando esta senhora saiu na porta de sua casa com a imagem, alguem disse: “Mas ela não preparou o altar...”
Então, um irmão, rico na fé, distinto na sabedoria apenas sussurrou: “Ela é o próprio altar!...”
Ainda existe muita hipocrisia, mas Graças a Deus, também existe muita sabedoria dentre aqueles que se colocam à serviço de Deus.
Ailton Domingues de Oliveira
(03/04/12)