"Não era dia. A Lua se escondia.
Um garoto, adolescente, segurava um livro abraçando-o contra o peito.
Chamas o consumiam sem feri-lo por todo o seu corpo.
Ele não sentia a dor da queima.
Não o queimava.
Eram chamas que não se viam.
Aquele livro era o Livro Sagrado.
Eu estava de frente, vendo tudo.
Apenas podia ver, sem nada fazer.
Em alguns momentos eu me sentia neste enredo.
Noutros eu tava num lugar de mero telespectador.
De repente aquele garoto parecia ser eu.
Eu, então, assim, me assistindo.
Vi asas lançando uma brisa sobre o garoto.
Ao mesmo tempo, ora assistindo, ora sendo eu a segurar forte o Santo Livro e a estar envolto por aquelas chamas, também as senti suavemente em meu rosto e em meu corpo, as brisas oriundas do balançar das asas.
As chamas se apagaram e então vi um cavaleiro que parecia um anjo segurando escudo e lança.
Montado em seu cavalo alado cavalgam rumo ao céu.
Vi que seu cavalo estava cheio de flechas lançadas pelos inimigos.
Tais flechas atingiam mas não feriam, nada causava.
O cavaleiro em seu cavalo tinham como missão apagar o fogo que não se via.
Uma verdadeira batalha espiritual.
Na terra, ao longe, do monte onde eu estava, vi um grande número de guerreiros.
Guerreiros sem rosto que lançavam flechas contra o cavaleiro que mantinha seu rumo ao céu.
Tais desafetos, então, se ajuntaram em forma de uma cruz.
Do lugar onde eu permanecia pude identificar a formação.
Eles estavam furiosos.
A cruz que eles formavam não lembrava em nada a Cruz do Salvador, Cristo Jesus.
Era uma cruz quadrada, bases largas e o centro afunilado, quase uma cruz de malta.
Por fim, a batalha foi vencida.
Inimigos derrotados.
Não houveram feridos.
O Anjo a salvar o garoto, voltou para o seu posto.
E o sonho se acabou, assim..."