segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Palavra é palavra!



Quando meu avô Joaquim ainda era vivo, sempre o ouvia dizer sobre o valor que a palavra empenhada tinha desde que se conhecia por gente. Homem da roça, sangue quente, sem leitura, mas que não admitia desonras em qualquer assunto ou fato que envolvesse seu nome.

Não haviam meias palavras. Dúvidas como um "talvez" não faziam parte do seu vocabulário. Até mesmo pela sua sabedoria simples, de pessoa que admira o detalhe e a beleza da flor sem se preocupar que a mesma terá espinhos, adquirida em meio ao sofrimento da vida, sabia dizer com firmeza e clareza, mediante aos sinais que a natureza lhe oferecia, se iria chover ou não. E olha que falhava bem menos que as previsões do tempo dos meios de comunicação!

Promessa?! Nem se fale! Se empenhasse sua palavra com tal teor poderia até tomar prejuízo, mas jamais desonraria o combinado e prometido, muito menos voltaria atrás. Sem muita conversa, aprendeu a se soltar com a chegada dos netos. Não sabia dar carinho porque não o teve. Saiu de casa antes dos 13 anos de idade. Amoroso ao extremo...

Num paralelo com a realidade, o que mais acontece ou deixa de acontecer é a clareza, ou a falta dela, com que as palavras são proferidas. Até mesmo mediante contrato escrito muitas coisas deixam de ocorrer. Palavras tornaram-se apenas e tão somente  falácias na boca de muita gente. Acredito que muitas pessoas lembram de seus avôs da mesma forma que eu.

Direto no ponto! Ouvi da boca de uma pessoa, hoje candidato, e até então somente empresário e pastor, não necessariamente nesta mesma ordem e sequência, que não havia interesse no momento em entrar na política. Levando-se em conta que o mesmo era ou é presidente de uma associação, ficaria nada conveniente. 

Poucos dias antes da formalização e o lançamento oficial dos candidatos qual nome aparece entre os demais? Sim, o próprio! Aquele que nas suas dependências e perante outros pré-candidatos disse em alto e bom tom que não... não agora. Nada contra a pessoa apesar de que quando propus uma reunião com os pré-candidatos do bairro num lugar neutro e olha que poderia usar as dependências da Igreja na Comunidade em que participo e não o fiz por respeito aos demais, sugeri então um salão que não envolvesse religião, onde todos pudessem adentrar sem receio.

A ideia, partindo da minha pessoa, a partir de uma experiência partilhada num bairro vizinho, tinha por objetivo apresentar os pré-candidatos do bairro, tão somente, aos moradores e comerciantes locais. A tal reunião aconteceu na igreja da pessoa, tal como ela quis, pois caso não fosse assim a birra o impediria de encabeçar o plano em nome da associação. Porém, não foram mais do que quatro pré-candidatos dentre os mais de dez que no momento eram certos e nenhum comerciante. Por ser o presidente da tal associação, passamos a oportunidade de realizar o evento em nome da mesma. Seria um trabalho de parceria. E, como eu já estava no grupo de apoio de outra candidata não quis misturar as coisas, mesmo sendo o autor da ideia. 

Resultado de organização e satisfação foi zero. Na primeira oportunidade quebrou a banca a favor próprio. Isso não se faz! Compromisso assumido tem de ser cumprido. Palavra empenhada tem de acontecer, por honra de seu próprio nome que seja. Não se pode fazer dos cargos públicos apenas um mero trampolim para outras oportunidades. Afinal, vereador ou outro cargo público não é profissão, é serviço à comunidade. Comunidade que depositou confiança na sua pessoa e no seu trabalho. Mas, não cumprindo os dois requisitos dispostos acima, sobre compromisso e palavra, o resto será tão somente... resto! 

São nos pormenores que se vêem o que está por trás de cada pensamento ou atitude. Confio na Justiça Divina e também na Justiça dos Homens. A dos homens já está atuante e em andamento. A de Deus será tão somente sua...

"Quer conhecer uma pessoa de verdade? Dê poderes á ela!"