Quatrocentos escritos??? Ufa!!!
Não foi lá um sacrifício, não! Ao
contrário, foi terapia, alegria, sentimento, saudade, partilha...
Só me pergunto, desde a origem de tudo
isso, o que mudou, o que continuou e o que deixou de existir? Sim, muitas mudanças pessoais,
profissionais, aterrizadas, eternizadas, utópicas, filosóficas, proféticas,
poéticas, fervorosas... Tudo junto e misturado! Separado e acrescido...
Escrever já era prazeroso, e viera a se
confundir com um vício... Uma fuga no tempo entre o tempo que
vivo, o que vivi, o que viverei e o que deixei de fazê-lo. Mas, jamais uma fuga
da realidade para esquecer das dores e tropeços.
Longe de carregar qualquer título,
principalmente o de poeta! Quero ser eu mesmo, para assim, continuar
a falar-escrevendo nas linhas do espaço e da vida, ora poetizando, ora
anunciando e muito mais denunciando!
Nem tudo são flores, nem tudo são
amores. Espinhos e dores fazem parte do cenário. É preciso ferir-se para que o
corpo use de seus anticorpos no processo de cura e cicatrização. É preciso
sentir o peso da mão adversária e, por vezes, olhar a lona de cara para baixo,
para assim perceber a necessidade de superar-se nos treinos e na vida...
E quando tudo isso acabar? E quanto eu
tiver de parar? E por que haveria de assim fazê-lo? Óbvio que aqui não é um mundo de
ilusões. Apesar de conter altas doses de poesia e nostalgia, amor e saudade, a
realidade é sempre a mesma.
A vida inspira poesia. Poesia é vida a
todo momento, cantada, proseada, chorada, sofrida, declamada... Viver a cada dia como se o nascimento
acontecesse em cada manhã acordada.
Enquanto o tempo de parar não vem,
continuo a destilar esse antídoto compartilhado aos amigos, que para os
desafetos tem sabor de veneno com efeitos colaterais que afetam a alma...
O sucesso consiste em ser e estar feliz
em cada passo escolhido que se trilha. Aos 36 anos de idade entendo que
preciso mesmo é estar perto de pessoas que amo. Compartilhar sonhos, fé e lutas
ao lado de bons companheiros e companheiras. Correr atrás do objetivo é fazer o
que gosto, o que gera satisfação, animação, rende frutos e marca a história, a
história de sua própria vida...
400 escritos não foi uma marca buscada
enfaticamente. Aconteceu naturalmente. Alguns amigos perguntaram-me onde arrumo
tanto assunto e confesso que não sei. A resposta mais coerente que posso deixar
é que apenas tomei gosto em observar a vida e amor em vivenciar a cada segundo.
Poesia é vida e viver é agora, sem
demora...