Quando estou cansado do ócio do mundo
Quando estou entediado com a corrida monótona
Quando estou insatisfeito com as questões à minha volta
Quando estou triste pelas imperfeições de meus atos
Quando desacredito do sonho, minha fé se abala e minha luta
enfraquece
Paro tudo... respiro poesia... escrevo em linhas sinuosas
O que minha fala sem som ressoa na janela do coração
Quando passo a ver a maquiagem das máscaras
Muito mais que a enxergar o volume da essência
Quando ouço os eloquentes devaneios e tolos pensamentos
Muito mais que as canções em prosa e verso
Quando sinto o gosto daquilo que não tem mais sabor
Paro tudo... ingiro poesia... poetizo minhas angústias
Em linhas contínuas de desabafo que me trarão assim o paladar da
vida
Quando corro não sei pra onde
Quando pulo de cima do muro
Quando voo nas asas da imaginação
Quando sofro pelo que ainda haverei de viver
Quando encontro o sorriso maroto, menino, levado
Paro tudo... canto poesia... em tom de
alegria
Sorrindo ao mundo, amigo e profano, bandido e antídoto
E nas estações por onde passei,
As amizades que lá deixei,
Os sonhos que também plantei,
Os romances que já vivenciei,
A saudade que sempre carreguei,
As lutas que já travei,
A fé que me sustentou,
Nas lonas que já tombei,
Das mãos que me sacudiram,
A dor que calado suportei,
As lágrimas que não escorreram,
As amizades que lá deixei,
Os sonhos que também plantei,
Os romances que já vivenciei,
A saudade que sempre carreguei,
As lutas que já travei,
A fé que me sustentou,
Nas lonas que já tombei,
Das mãos que me sacudiram,
A dor que calado suportei,
As lágrimas que não escorreram,
Só tu, poesia e amiga, pode contemplar
Cada fração, cada razão, cada emoção
De segundo vivido
E nos intervalos de cada escrita
Poesia respirava
Poesia exalava
Poesia chorava e cantava
Poesia sentia
Poesia ouvia
Poesia sorria e alegria
Sempre companheira
De todas as horas...
Poesia, que é vida...