quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Olhares




Nos tolos e devaneios olhares
Deturpados, singulares
Esconde-se o mortal combate
A linguagem que não precisa de escrita
Nem de fala
Mesmo ao que se cala
Em cada piscar
Reluz o que há de pensar

Nos olhos que destilam
Que se iludem, que brilham
O mistério romântico
O desejo insano
A dor que se derrama em prantos
A fúria que se instaura

Eis o reflexo da alma
Exposto em raios invisíveis
Amor e dor
Ódio ou rancor
Os olhos falam
Traem os mais donos de si

Eis o brilho do sentimento
Que o coração combina
Em tons de descompasso
Por onde entra o nítido
Escapa o quase imperceptível
Amigos da verdade

Os olhos que sentem
A dor de suas lágrimas
Os olhos que perseguem
As asas do sentimento
Os olhos que falam
A linguagem do amor
Os olhos que não se calam
Que sonham mas lutam
Os olhares que vem e que vão
Do corpo, da alma e do coração

Ah, esses olhares...