Me despeço assim, da estação, prestes a
embarcar em outra direção, qualquer direção. Sentidos sem sentidos. Emoções sem
razões. Razões sem verdades. Verdades maquiadas, sublimadas, sub-julgadas por
interesses desinteressados... Frios, egoístas, calculistas...
Sempre haverá dois
mundos. Céu e inferno, terra e mar, fogo e água. Razões e emoções, mocinhos e
bandidos... E, entre estes, haverá mocinhos de corações duros e bandidos de
corações puros... O avesso dos avessos. O côncavo sem o convexo.
Em busca de um
encontro, talvez não aqui, não agora... parto. A espera de um fato, um ato, uma
cena, tão única que seja, parto. Mas, que de tão única, que seja, infinita será
em sua trajetória. Eterna em sua mística e temporal na memória. Banal para os
olhares e perdida na história.
Equilibro-me numa
corda que atravessa mundos. Ando numa trilha de mata fechada e profunda.
Percorro no escuro o caminho seguro da saída inexistentes. Tão demente, tão
crente, talvez frustrado ou carente, busco no olhar de toda gente o que ainda
não vi, não parti, não sorri...
Aonde o amor pulsar
haverá dor, ferida, partida, ilusão e decepção. Restará então, se o pilar for
seguro, o sentimento mais puro a superar a razão. Sem o tempo, com o tempo, só
no tempo que escorrer, se o amor fez doer, se real o for, poderá liquidar a
dor, a trazer de volta, sob asas, a brisa mais pura vinda do coração.