Eternas luas agora jazem na
viagem do adeus...
Que apaixonado me entreguei
E quando amei eu sofri
E quando esqueci me apeguei
E quando questionado hesitei
E quando sem esperança me
isolei
E quando decepcionei também
apanhei...
Eternas luas, em que o tempo,
Guardião notório das passagens
e paisagens visitadas
Carregará em suas histórias
O amor e a dor
A saudade, a vontade e a
imprudência da entrega
Bem-mal querência e querida
Tão quista que fora perdida...
Eternas luas, que testemunhou a
entrega real
E que toda discórdia fora
estúpida ou banal
Levaram-se longas e duras fases
de cultivo e cativo
E apenas um dia claro de
tempestade
Para sentenciar a história e os
sonhos ao fim
Nada, porém fora em vão
Eterno é o que ficara e marcado
pela estação...
Eternas luas de danças e vinhos
Esperança em noites estreladas
Força da natureza incendiando a
alma
Fé fortalecida no que se virá,
que virá, que será
Foco no tempo, no momento, no
que há de chegar
Elas, em cada fase, guardara
segredos mil
Que aos olhos do céu despertados
serão...
Eternas luas de enredos
recordados
Em tons acinzentados, azulados,
marejados
É revivido no desfecho, na
chama ainda acesa
Intenso crepitar que colore e
aquece as noites
Melodias e harmônicas cantigas
de amor
Recitadas em versos descompassados,
ora despedaçados
Na eternidade poética do sonho
que ainda há de ser... e será.