Entre uma lua e outra cá estou a
desvendar o sentido de tanta pequena humanes.
E é justamente aonde a vida se tece pequena, sem anseio por quem assiste de
fora, que o sentido se faz real. Deus se faz real em tamanha pobreza. É uma
teologia viva, uma catequese viva, uma vida bela onde não se tem beleza
padronizada tal qual em nossas casas e em nosso mundo.
Eis o sentido de comunidade, onde
os que não têm nada são solidários com os que nada têm. As dificuldades são
superadas com a ajuda de quem apazígua o coração em atos de caridade. Pessoas
de nome, renome, sem nome que em cenas isoladas fazem deste momento um atalho
de consciência, que no repousar de cada lua sequer silenciam ou devolvem ao céu um
olhar de inconformidade.
Supera-se, dia a dia, no raiar do
sol em cada manhã, a crise, a fome, a depressão da ausência do mundo, e o sonho
de um dia fazer parte desta engrenagem mundana. Há de ser, um dia, este mundo
abraçar sem desigualdade... A cerca que delimita o espaço de quem é dono na
verdade isola o que se resta para no resto do mundo isolado se amontoar.
Tábuas, plásticos, lonas, verdes,
terras, odores... mais simples impossível. Animais, bichos, pessoas de coração,
cada qual no que lhe cabe... Ajudando, alicerçando, reconstruindo, acreditando
com fé e esperança que a cada manhã o bondoso Deus se fará presente, seja pelo
olhar de quem chega, seja pelas mãos de quem lhe ampara...
Do outro lado da cerca existe
vida... Do outro lado da vida não há cercas...
* Fotos: A.D.O.
Ailton Domingues de Oliveira
Adm ∞
Teo ΑΩ
Psic Ψ (acadêmico)
Teo ΑΩ
Psic Ψ (acadêmico)
Escritor & Poeta
*Pós Graduando: Psicanálise, Coaching, Docência do Ensino Superior