quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Subversivando


Do tempo ao tempo procuro meus dias
Os que passaram, os que virão
Deitado na rede dos sonhos
Ora agarrado na soleira da esperança
Ironizo as dores que o corpo carrega
E aniquilo os algozes que o mundo impõe

Rasgo as regras que as sociedades forjaram na lama
E aos senhores de leis de templos e palacetes
Que manipulam destinos em nome de si
Deturpam verdades e promovem desesperança
Com o suor alheio de quem sobrevive
Vendem a fé e corrompem justiças
Meus punhos subversivos permanecem cerrados

Debruço-me na terra que foi regada de vida
As flores nascentes já tem na veia o sangue
E a utopia eterna que inflama a alma
Saúdo a história vivida com fé
Brindo o futuro sem rumo que espreita
E na certeza dos passos a luta prevalece
Na saudade de um tempo que não se vendeu
E guardou na memória as lições que aprendeu

Nos dias de guerra, nos dias de glória
Desapego das regras e me apego nas causas
Se a lição deixada continua sendo o amor
Entendível está a banalização da mensagem
Que no final da sentença o que se almeja é o poder
Na mente corrompida de quem desconhece o legado
E alimenta a vaidade de seu ego de trevas
Mas um dia esta terra sem lei que alimenta hienas
Que para poucos foi palco de vida e de sonho
De tempo e de história, luta e fé
Se deitarão os justos na honra de suas almas
Enquanto os vendilhões dessa terra afogarão em suas lamas.