Sorrisos despidos pelo vento
Passos inertes na calçada quebrada
Passado tão perto do presente tempo
Coração galopando a esmo na estrada
Mãos que saquearam-me da oração
Pés que distanciaram do meu destino
Herói surreal que virou meu vilão
E vozes saudosas que guiaram o menino
Vida louca de um tempo apressado
Segue utopiando em vias sem porteira
Num futuro insistente e desajuizado
Vai enterrando os seus esquecidos,
Que nunca chegaram perto da soleira,
E dissiparam-se com o vento na esquina de vidro
E dissiparam-se com o vento na esquina de vidro