Preso nesse loop quase interminável
Ora girando por dentro, ora por fora
Sigo sangrando em silêncio
Em minha morada última
Que talvez possa ser
Andando e construindo sonhos
Voando e reconstruindo meu alicerce
Navegando e refazendo a eterna travessia
Num horizonte em que meus olhos contemplam
O tempo que condena os dias
Meu quarto, meu calabouço
Meu silêncio, esperança inquietante,
Santo inquisidor que fere minha alma
Sobrevivo pela necessidade
De um novo e vitorioso amanhã
Em que o peso do ar seja leve
E então as páginas tristes sejam descartadas
Nesse mesmo tempo que agora jaz no passado
O momento é uma espessa corrente a ser quebrada
E a estrada se abrirá em flores e amor