quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Amor não se cria, ou se tem ou é vazia



Vagueia perdida entre os escombros da vida

Minh' alma que se recupera das lutas vividas

Na escaldante solidão dos desertos incertos 

Em que no sonho irreal a dor é o concreto 

O grito interrompido pela espera no tempo

As lágrimas que banham minha face ardente

Face ao veneno trazido escondido

Nas facetas da vil e ardilosa frieza

Que sem pudor usurpou sem meu consentimento

Cenas e capítulos da minha "pequena" alegria

Jogou injúrias e calúnias ao vento

Mas jamais teve a impetuosa destreza

Para punir a quem de fato lhe causou sofrimento

E cobrar a quem lhe virou as costas no momento

Preferiu transferir a sentença

Por saber que seu próprio jeito frio de ser

Ao meu amor jamais conseguiria fazer frente

Pois a mim que fui criado no amor e na simplicidade

Daria e dou minha vida a bem da verdade

Mas para aquela que nunca soube amar

Porque nunca fora amada

Sobrou-lhe da vida a desilusão

E mesmo que tenha lutado 

Para viver uma vida ao meu lado

Não passava de mentira inventada

Para realizar seus caprichos

Às custas do amor que tenho aos meus

Mas para aquela que nunca soube amar

Porque nunca fora amada

Pois ao invés de ser protegida e cuidada

Por aqueles que deveriam

Fora simplesmente abusada e desacreditada

E um dia será desmascarada

O preço justo no tempo pagando

E em seu próprio veneno se afogando

A vida dá, a vida ensina

A vida tira, a vida é traquina

Se tem algo que o ser humano pode é poder

Mas o que ele não pode é ferir para se satisfazer

Passe o tempo que passar

Que eu tenha que morrer

Um dia a cobrança irá lhe chegar

E onde quer que eu esteja 

Estarei assistindo sua derrocada com certeza

Brindando com meu próprio sangue

À luz de vela, ou de minha alma...

Tentou inventar amor mas falhou sem alegria

Amor não se cria, ou se tem ou é vazia