quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Fragmentos de vida e de morte


E como seria "uma vida pós suicídio"? 

Seria esse um tema para se discorrer após a partida antecipada? 

Causada pela injusta e cruel desumanidade e frieza?

Ninguém nunca saberá quem de fato

Ou o que de fato, aconteceu aqui dentro...

Minha vida sempre será uma incógnita... talvez!? 

Meus amores, minhas dores, em fragmentos, em porções 

Só se revelam por inteiro a quem de fato o amor merece: 

Meus filhos e àquela que me tentaram proibir...

Mas dentro das prisões que nos cercavam 

Nós fomos libertados em cada minuto de conversa, 

De olhar, de encontros 

Possíveis encontros que nos transportavam

Para uma dimensão única

De alegria, de paz, de amor

De deleite e desejo, paixão, de trocas e cumplicidade 

Em que nenhuma atmosfera externa podia nos afetar...

Dentro dos meus fragmentos eu sou inteiro, 

Eu me refaço, me multiplico

Em doses de amor para quem eu amo, 

Ou em doses de ódio para os meus algozes 

E a ela que jogou o jogo mais sujo

Por ter sido vítima de seu próprio pseudo-herói

O meu total desprezo

Quem vê apenas meus recortes

Estampados em sorrisos e olhares

Jamais consegue enxergar meus cortes...

Quantos cortes existem aqui dentro...

Quantas dores, 

Quantas batalhas, 

Quantas lágrimas empoçadas 

Lá no fundo da alma

Que talvez só a dor da morte

Para a plena libertação para vida...