De repente me esqueci
Num turbilhão de pensamentos me envolvi
Num deserto escaldante me iludi
Miragens 'hormonimamente' harmônicas
De repercussões e extensões sinfônicas
E adjuntas, tão junto e tão longe, anônimas
É o fim, a cegueira serena
Na cor da pele queimada e morena
É assim, que se quer, se almeja, pequena
O que aos olhos é belo
A alma lhe foge o sincero
O inverso e o oposto é o que eu quero
O vermelho tão sangue derramado
Vem da alma e do corpo em pecado
O que vale é o amor, em meio a dor, exaltado
Vem de dentro, vem da alma, vem do fundo
A meiga insensatez e profana do sagrado do mundo
Solidão "destemperante" que invade o território
fecundo
Ah, que não escutes as descrentes lamúrias
Já tive mil planos e me acometi em dobro de
injúrias
Fardo cruel, que me absteve dos olhos a luxúria
Ah... de repente esqueci
Que esqueças tu também aí
Nada a falar, somente o que escrevi...