Quando as palavras encontrarem seu fim
Terá sido também o fim de minha própria existência
E, de eterno, ficarão as lembranças, apenas
Tão só, se escoarão pelo funil do tempo
Até não restar nem um grão na lembrança derradeira
A vida é o agora, a história e o sonho
Minhas bandeiras, minhas lutas
Tudo carregará um pouco de minha essência
Tanto quanto minha essência se embebeu de cada pouco
Colcha de retalhos sem fim
Gotas de chuva escorrem em direção ao rio
O rio que se dissipa no mar
Encontrar razão para o simples fato de não existir em vão
Entre fantasmas passados e olimpos almejados
Se não houver uma razão maior do que isso
A simples existência não cumpriu com sua vida
E tampouco compreendeu essa dádiva
E nada terá valido a pena
Cicatrizes e troféus são marcas em meu tempo
Valores consagrados que renderam dores e honrarias
Que ao passar do tempo foram todas guardadas no mesmo baú
Desprezando todo e qualquer sintoma
E novamente mostrando o agora como limiar
Entre o restante próximo e o fim último