terça-feira, 6 de abril de 2021

A morte de cada dia



De todas as mortes 
A pior é a que se morre todo dia um pouquinho
De um jeito onde não lhe é permitido opção de escolha
Entre ficar e lutar ou partir sem avisar
Simplesmente lhe é imputado duros fardos
Que o fazem sangrar sem te ferir
Onde os olhos não veem mas o coração lateja
A alma implora pela libertação e pela vida...

Não há nada mais desumano que a falsa acusação
Onde a sentença lhe rouba os dias, as alegrias, a esperança, 
Para satisfazer um mero desejo de vingança
De quem nunca teve nem recebeu amor
Mas, apesar da dor que assola a alma
A sobrevivência se faz necessária
Até o final de cada dia e de cada noite
Para enfim viver ou morrer numa única vez...

(02/03/2021)