quinta-feira, 1 de abril de 2021

Ecos




Entre as ruínas de meus mundos

Escombros de um pós-guerra

Cenário de devastação

Um palco de silêncio e solidão

Nas prateleiras, meus livros 

Que ainda visitam meus pensamentos

E a poeira que o tempo acumulou

Sobre as imagens danificadas

De um passado de suor e de sangue

Todo o esforço não fora em vão

E todo o sangue pulsante

Foi a tinta necessária 

Talvez insuficiente

Para compor cada verso

 

Os ecos do silêncio 

Que explodem peito adentro

Se quebram feito ondas 

Em muralhas reconstruídas

Entre olhares, mãos e ombros

De quem nunca duvidou 

Da verdade única

Que o inimigo tentou sucumbir

 

Os ecos do tempo 

Que causaram desfeitos

Forjados por mãos e mente ardilosas

Levou tempo, roubou o meu tempo

Tentou intimidar

Atentou contra a vida

E até poderia tira-la 

Mas jamais conseguiria 

Uma gota de amor

Porque o amor vem da alma

E minha alma é livre

E o meu amor nunca foi seu

 

Os ecos da alma

Escondidos, encontrados, escolhidos

Neles, entre lágrimas e feridas

Refaço meu caminho, 

Reconstruo minha morada

Restauro meu alicerce 

Bato asas pela vida

Me armo de amor

E deixo cada vez mais distante

Aquilo que nunca amei

Entre o desumano e a injustiça

Recrio meu jardim

De amigos, de família, de fé

E toda a injusta dor 

Que um dia me quebrou

Me deixou mais humano

Fortalecendo o meu compromisso

Para com os meus

Esse é o meu cenário, o meu palco

O meu legado, de honra, dignidade

E um amor que não se destrói...