Entre as ruínas de meus mundos
Escombros de um pós-guerra
Cenário de devastação
Um palco de silêncio e solidão
Nas prateleiras, meus
livros
Que ainda visitam meus
pensamentos
E a poeira que o tempo acumulou
Sobre as imagens danificadas
De um passado de suor e de sangue
Todo o esforço não fora em vão
E todo o sangue pulsante
Foi a tinta necessária
Talvez insuficiente
Para compor cada verso
Os ecos do silêncio
Que explodem peito adentro
Se quebram feito ondas
Em muralhas reconstruídas
Entre olhares, mãos e ombros
De quem nunca duvidou
Da verdade única
Que o inimigo tentou sucumbir
Os ecos do tempo
Que causaram desfeitos
Forjados por mãos e mente
ardilosas
Levou tempo, roubou o meu tempo
Tentou intimidar
Atentou contra a vida
E até poderia tira-la
Mas jamais conseguiria
Uma gota de amor
Porque o amor vem da alma
E minha alma é livre
E o meu amor nunca foi seu
Os ecos da alma
Escondidos, encontrados,
escolhidos
Neles, entre lágrimas e feridas
Refaço meu caminho,
Reconstruo minha morada
Restauro meu alicerce
Bato asas pela vida
Me armo de amor
E deixo cada vez mais distante
Aquilo que nunca amei
Entre o desumano e a injustiça
Recrio meu jardim
De amigos, de família, de fé
E toda a injusta dor
Que um dia me quebrou
Me deixou mais humano
Fortalecendo o meu compromisso
Para com os meus
Esse é o meu cenário, o meu palco
O meu legado, de honra, dignidade
E um amor que não se destrói...