sexta-feira, 29 de maio de 2015

oS ridÍKulOs


Antes da pitoresca entrada solada, procurei o "pai-dos-burros" no google, facilmente acessível e acessável por qualquer um que queira satisfazer sua curiosidade quanto ao significado das palavras. No meu caso digitei "RIDÍCULO". Do resultado da pesquisa, sem tirar nem por, apenas copiei e colei da forma que segue abaixo:

a) Significado de Ridículo: adj. Risível; digno de riso; merecedor de escárnio ou de zombaria.
Insignificante; de valor irrisório; de pouco ou nenhum valor: quantia ridícula.
s.m. Pessoa que submete à zombaria, ao riso; quem se comporta ou diz algo que desperta o riso por ser muito engraçado ou constrangedor.
Algo ou alguém que é ridículo: o ridículo ainda não chegou?
Expor ao ridículo. Apresentar algo ou alguém de modo a causar risos.
Expor-se ao ridículo. Colocar-se numa situação de zombaria.
(Etm. do latim: ridiculu.a.um)


b) Sinônimos de Ridículo: esquisito, estrambólico, excêntrico, extravagante, heteróclito, insignificante risível
c) Antônimos de Ridículo: elegante, fino, chique, lógico, sensato e razoável

d) Definição de Ridículo:
Classe gramatical: adjetivo e substantivo masculino
Separação das sílabas: ri-dí-cu-lo
Plural: ridículos
*Fonte: www.dicio.com.br

Simbora que rapadura é doce mas num é mole não! O que sassucede é que niquiquando você discorda da opinião alheia, tem autor de alheice que se ofende e ataca barraqueiramente a tu, o discordante.

O episódio ocorreu numa instituição acadêmica. Professor, disciplina e tema não vêm ao caso. Participantes, entre eles estava eu, opinaram acerca do tema em discussão. Favoráveis, contras, alternativos e não optativos eram os que compunham a orquestra. Como em tudo que se refere a assuntos de ordem religiosa, principalmente quando se tratam de regras institucionais e dogmas de fé pouco conhecidas e discutidas, portanto mal interpretadas em sua maioria, onde a própria instituição religiosa ainda caminha rumo a melhores esclarecimentos e compreensão, toda opinião de qualquer leigo merece, no mínimo, respeito. É o que se espera de graduandos de um 4º período de Teologia que ali estão não por acaso.

A cena desrespeitosa foi que um participante esporádico, desconsiderando os comentários de um colega de sala, saiu do campo da discussão acadêmica e desdenhou com gestos e palavras a este. O colega apenas manteve o foco no embate. O participante reclusou-se no silêncio e no desdenho. Posterior a tal fato a sala manteve-se sem a presença esporádica de quem não gostou de ouvir outras vertentes sobre o mesmo assunto. Eu, quanto a essa digníssima ausência, quase não tenho dormido direito!

Não bastasse nos honrar com sua ausência ainda necessitou destilar sua profunda mágoa e incômodo, quanto ao episódio ocorrido a mais de mês e devidamente citado acima, contemplando nossa sala de "ridícula". Infelizmente, fui eu quem escutou no corredor desta instituição acadêmica a persona de orgulho ferida a nos adjetivar de ridículos. Aí pergunto: "Que tipo de teólogo vai sair dessa academia? Que tipo de líder é esse que não aceita discordância de sua opinião?" Pior que isso: "O que é que a pessoa desenrola e verbaliza nos momentos que ministra o seu movimento universitário?" Pseudo-cristianismo, eu penso!

Por isso me reservei, desde os primeiros momentos de faculdade, a não participar de certos eventos universitários que começam sem pé nem cabeça. Recusei veemente os inúmeros convites e afirmei que alguns movimentos acadêmico-religiosos não eram a minha praia! Geralmente quem atua em certas bandas religiosas que descartam o estudo e a discussão sadia e fincam o pé numa trilha regada de ingenuidade mística e espirituosa são travados para acolher o diferente. A acepção de pessoas já se dá a partir do pensamento alheio.

Estar num ambiente acadêmico requer, antes de qualquer coisa, prontidão para se desconstruir. Há quem queira somente o título e prefira manter sua catequese de raiz intocável. Enveredar pelo caminho da ciência é correr o risco de se deparar com verdades diferentes das que nos foram repassadas um dia. Se durante o percurso os sinais de fé se estremecerem com o novo isso não será o problema vital, mas é um grande sinal de que precisamos continuar buscando respostas. Todo o conhecimento deve propiciar-nos a desconstrução dos pensamentos e possibilitar-nos o reerguimento de um alicerce com verdades pertinentes à nossa caminhada de fé. Se ao final de quatro anos acadêmicos nada mudar, o tempo fora perdido.

Quanto a adjetivada que nos foi tacada não vejo como um peso negativo, quiçá desonroso, nem que influenciará na academia, tampouco na caminhada de fé. Quando crianças, épocas de pré-escola, quando o coleguinha dizia alguma coisa que não gostássemos a reação era mostrar a língua e xingar de chato. Em tempos acadêmicos a reação evoluiu para o desdenho e o ridículo. Pena que esse mesmo grau de evolução não se dê na abertura para o novo e para o diálogo saudável. De qualquer forma eu PREFIRO SER UM RIDÍCULO MAS VERDADEIRO A UM HIPÓCRITA E ALIENADO!

Ou, como diria o grande Rauzito: "Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo."