Do tempo que me fora dado
Pouco tempo ainda, não sei
Pra ser pensado e sonhado
Não importa o que já foi
Está selado na memória
Do tempo eterno que durou
Foi semente e esperança
Horizonte e andança
Na calada da noite se findou
Foi plantada na história
Do tempo ao tempo que agoniza
Rumo ao presente certo
Pés descalços pelo deserto
Mãos que agarram pela vida
É caminho, silêncio e solidão
Do tempo em tempo que vem
Que vai, se distrai, se esvai
Nada dura, só perdura e cai
Para dentro, para sempre, para o além
É o sozinho, a dois, pelo sertão