quinta-feira, 18 de abril de 2024

Carta - Do caos à borboleta VI


A morte é certa
Nunca se sabe quando
Será a última planada 
Sob a terra, sob a água
Onde o vento soprar
Tomar consciência da brevitude
Do tempo que circunda as asas
É estabelecer um plano de voo sem fim
Tão intenso quanto a certeza
Da rosa no jardim
São cores, são louvores
Da criatura que se encanta
Sem saber de seus encantos
O caos também me habita
Mas não me consome
Porque há uma lei 
Que rege toda existência
A consciência do amor
O voo é solo
Mas o ar que sustenta
Que empurra e que dissipa
É o que em comum nos alimenta
Pés abaixo, asas acima