"A guerra sempre foi necessária
para a economia.
A própria igreja já tirou proveito
disso.
Está na história.
Porém a maior guerra sempre aconteceu
no interior, no coração.
O ego de cada um foi o algoz.
A ganância desmedida foi a catapulta, a
bala não perdida e com direção certa.
Hoje, foi preciso recuar nossa tropa.
Perdemos muitos homens nesta batalha.
Ouvi comentários de que um cessar fogo
estava mantido.
Mero engano.
Talvez esse cessar fogo foi mais uma
jogada para os holofotes mundiais.
Aqui o chumbo continua sem trégua.
E nessas cartas que escrevi e também li
encontrei mais do que palavras, encontrei vida.
Acredito assim que nem tudo está
perdido.
Já consigo sonhar com meu retorno.
Sei que muitos fantasmas de guerra irão
me perseguir.
Mas muitas experiências de amizade
também.
Quanto mais a morte me ronda mais que
quero sair daqui.
Confesso, quando cheguei neste lugar
não tinha nenhuma perspectiva de sobreviver.
Uma porque aqui estou sujeito a morrer a
qualquer momento, outra porque havia perdido toda e qualquer esperança.
Minha vida tinha perdido o sentido.
Quanto a você, meu velho guerreiro do
subúrbio, obrigado pelas palavras de vida e sabedoria.
Teu legado continuará em cada um de
nós, em nossos corações...
Vai em paz, velho sábio.
Tua vida não foi em vão!"
Tua vida não foi em vão!"