E de que
vale a labuta
Pela insana
sobrevivência
Se nada foi
como contaram?
E pra que
serve tanta luta
Pra manter
as aparências
Se nada foi
como escreveram?
E de que
vale o mundo
Afundado em
almas apodrecidas
Da espécie
mais pobre de ser?
E pra que
mergulhar no profundo
Se é a
superficialidade da vida
Que impõe o
matar ou morrer?
E de que
vale a vida
Se é a
morte quem espera
Pra saciar
a divina vaidade?
E pra que
tanta partida
Se viver é
uma quimera
A sonhar
com a eternidade?
E de que
vale tudo
Se na real
não somos nada
Pois
morremos ao nascer?
E pra que
tanto escudo
Que protege
a hipocrisia velada
Enquanto a massa
apenas luta pra sobreviver?