segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Embriagada noite


Embriaga a noite de meus sonhos
A esperar-te sob a sombra das estrelas
Encontrando-te nas trincheiras enluaradas
Longe do alcance da mira dos holofotes
A caminharmos descalços pelo relento
Em ciranda de carícias desritmadas
Na linguagem eloquente que o corpo incita
Ao som de desprovidas canções eternizadas

A embriagada noite desteme o compassar do tempo
Sobre a terra de uma verdejante encosta 
Na sensualidade sutil da água escorrendo pela pedra
Numa orquestra de bichos e matos refrescantes
Que se comprazem na melodia dos corações
Suor e orvalho se misturam sobre os corpos
Enquanto as bocas sucumbem ao beijo molhado
E no ar se paira a essência exalada do desejo incontido