Vês, o tempo chegou.
Passou mas também ficou.
Vieram os verdes e recobriram os
galhos.
Chegou a noite e cobriu-os de orvalho.
Nas manhãs irradiantes alegrou-nos as
flores.
Serviram-se os bichos dos frutos os
sabores.
Chegou a brisa, mudou-se o tempo.
Recaiu o gelado depois do forte vento.
Secaram-se as folhas e caíram.
Os galhos também se atingiram.
E o ciclo novamente se refez.
Trouxe, floriu, frutificou mais uma
vez.
Quantos ciclos ainda virão?
Quantas folhas ainda secarão?
Quantas vezes ainda verei?
Quantas flores ainda colherei?
Não sei.
Não sei!
Não sei?
Não sei...
Quer sei onde chegarei!
Quer sei se realmente sei!
O tempo passa, a vida morre se
revivendo.
O tempo passa, a gente vive aprendendo.
Entre galhos e folhas secas, a vida no
tempo passa.
Entre flores e espinhos, a vida, a
gente encontra graça.
O que secou virou lembrança.
O que ficou foi vontade e mudança.
Andarilhei pelo deserto com minhas
cruzes.
Entre folhas e vidas secas sobrevivi sob luzes.
Entre folhas e vidas secas sobrevivi sob luzes.
O ciclo da vida no tempo espera, jaz.
O ciclo do tempo na vida se refaz, em
paz.