Passei numa livraria Católica e como não achei o que queria perguntei a atendente se tinha livros do Leonardo Boff. Havia um título específico desse autor que me interessava. Ela levou-me para um cantinho e mostrou-me uma meia dúzia de livros ao lado de outra meia dúzia do Pe. Zezinho. Pensei: que descaso! Enfim, não bastasse, a moça velha de casa indagou-me se eu gostava de ler livros deste autor, o Boff. A pergunta saiu meio atravessada e eu não pude deixar de sorrir de forma amarelada e irônica. Óbvio! "Parece que ele é meio, meio (...)" disse ela. "Meio o quê? Conclua!". "Sei lá, meio confuso na escrita." Mais um sorriso e minha resposta direta: "geralmente os carismáticos não conseguem entender e compreender o teor teológico deste autor. É nível para poucos." Também não pude deixar de perguntar-lhe: "você não é daquelas que acredita que ele foi ex-comungado ou é?" E por incrível que pareça ela consentiu que pensava justamente dessa forma. Só pra encerrar o diálogo deixei-lhe meu pensamento: "Numa livraria católica onde há uma estante inteira com livros do matemático Aquino, que não entende merda nenhuma de Teologia, e não há praticamente nada de bons Teólogos, aff, é de questionar sobre a empresa enquanto livraria e enquanto católica. Bom, levando-se em conta o poder midiático por detrás do pseudo-escritor (Canção Nova) e o que isso deve render de lucro para todos, diante dessa visão não importa o conteúdo desde que se venda muito." Visão capitalista. O ópio alienante é interessante porque não questiona nada, apenas impõe doutrinas alucinógenas que efervescem no vazio do ser que assim permite. Disse mais: "eu tinha dois livros do Aquinóide." Deixei um suspense no ar, de propósito para que a vendedora perguntasse se eu havia lido. Dito e feito. Não se aguentou e perguntou. Encerramento com chave de ouro: "Não. Queimei os dois!" A carinha de paisagem ou de dois de paus, e de pura interrogação, condenava. É mais uma que vive desenraizada do mundo e com a cabecinha a "las alturas". Eco! Meu grau de tolerância está cada vez mais zero.
O sertão é o sozinho, é dentro da gente, está em todo lugar. Deus e eu no sertão.
quarta-feira, 18 de março de 2015
Pra ser livraria e católica falta um cadinho bão
Passei numa livraria Católica e como não achei o que queria perguntei a atendente se tinha livros do Leonardo Boff. Havia um título específico desse autor que me interessava. Ela levou-me para um cantinho e mostrou-me uma meia dúzia de livros ao lado de outra meia dúzia do Pe. Zezinho. Pensei: que descaso! Enfim, não bastasse, a moça velha de casa indagou-me se eu gostava de ler livros deste autor, o Boff. A pergunta saiu meio atravessada e eu não pude deixar de sorrir de forma amarelada e irônica. Óbvio! "Parece que ele é meio, meio (...)" disse ela. "Meio o quê? Conclua!". "Sei lá, meio confuso na escrita." Mais um sorriso e minha resposta direta: "geralmente os carismáticos não conseguem entender e compreender o teor teológico deste autor. É nível para poucos." Também não pude deixar de perguntar-lhe: "você não é daquelas que acredita que ele foi ex-comungado ou é?" E por incrível que pareça ela consentiu que pensava justamente dessa forma. Só pra encerrar o diálogo deixei-lhe meu pensamento: "Numa livraria católica onde há uma estante inteira com livros do matemático Aquino, que não entende merda nenhuma de Teologia, e não há praticamente nada de bons Teólogos, aff, é de questionar sobre a empresa enquanto livraria e enquanto católica. Bom, levando-se em conta o poder midiático por detrás do pseudo-escritor (Canção Nova) e o que isso deve render de lucro para todos, diante dessa visão não importa o conteúdo desde que se venda muito." Visão capitalista. O ópio alienante é interessante porque não questiona nada, apenas impõe doutrinas alucinógenas que efervescem no vazio do ser que assim permite. Disse mais: "eu tinha dois livros do Aquinóide." Deixei um suspense no ar, de propósito para que a vendedora perguntasse se eu havia lido. Dito e feito. Não se aguentou e perguntou. Encerramento com chave de ouro: "Não. Queimei os dois!" A carinha de paisagem ou de dois de paus, e de pura interrogação, condenava. É mais uma que vive desenraizada do mundo e com a cabecinha a "las alturas". Eco! Meu grau de tolerância está cada vez mais zero.